O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel havia "acertado suas contas" com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, cuja morte foi anunciada neste sábado (28) pelo exército israelense.
Em suas primeiras declarações públicas desde o assassinato do líder da milícia xiita radical, Netanyahu afirmou que a eliminação de Nasrallah se tornou uma "condição essencial" para que Israel atingisse seus objetivos de guerra.
— Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses — disse Netanyahu, que culpou Nasrallah por ser o "arquiteto" de um plano para "aniquilar" Israel.
O premiê ainda declarou que a morte de Nasrallah — descrita pelo líder israelense como um "ponto de virada histórico" para Israel — permitirá avançar na libertação dos reféns sequestrados e levados para Gaza por terroristas do Hamas há quase um ano.
Nasrallah morreu na sexta-feira em um ataque aéreo israelense no Líbano. O Ministério da Saúde do Líbano disse que seis pessoas foram mortas e 91 ficaram feridas nos ataques, que destruíram seis edifícios de apartamentos. Ali Karki, comandante da Frente Sul do Hezbollah, e outros comandantes também foram mortos, segundo Israel.
Um comunicado do Hezbollah disse que Nasrallah — que liderou o grupo por mais de três décadas — "se juntou aos seus companheiros mártires". O grupo prometeu "continuar a guerra santa contra o inimigo e em apoio à Palestina".
Ataques continuaram neste sábado
O chefe do Estado-Maior de Israel, general Herzi Halevi, disse também hoje que a eliminação de Nasrallah "não é o fim de nossas ferramentas", indicando que mais ataques estão planejados. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, chamou isso de "o ataque mais importante desde a fundação do Estado de Israel". Israel prometeu aumentar a pressão sobre o Hezbollah até que cesse seus ataques, que deslocaram dezenas de milhares de israelenses de comunidades próximas à fronteira libanesa.
Na manhã deste sábado, o exército israelense realizou mais de 140 ataques aéreos no sul de Beirute e no Vale do Bekaa, no leste do Líbano, incluindo o alvo de um depósito de mísseis antinavio no subúrbio de Dahiyeh, em Beirute. Israel disse que os mísseis estavam armazenados sob edifícios civis de apartamentos.
O Ministério da Saúde libanês anunciou que 33 pessoas morreram e 195 ficaram feridas nos bombardeios mais recentes.
Em resposta, o Hezbollah lançou dezenas de projéteis contra o norte e o centro de Israel e profundamente na Cisjordânia ocupada por Israel, danificando alguns edifícios na cidade de Safed, no norte.
Mais de 1.030 pessoas, sendo 156 mulheres e 87 crianças foram mortas em ataques israelenses no Líbano em menos de duas semanas, disse o ministro da Saúde do país.