O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre extensa agenda nesta segunda-feira (5) em Santiago, no Chile. Com compromissos previstos até terça-feira (6) na capital chilena, Lula começa a viagem com oferenda floral no monumento do libertador general Bernardo O'Higgins.
Depois, tem uma série de reuniões com o presidente do Chile, Gabriel Boric, com assinatura de atos e declaração à imprensa.
Conforme previsto pelo Itamaraty, Lula vai se encontrar com o CEO da Latam, Roberto Alvo, e finaliza os compromissos de segunda no encerramento do Fórum Empresarial Chile-Brasil.
A viagem, inicialmente planejada para maio com o objetivo de celebrar acordos entre os dois países, foi adiada em razão da enchente no Rio Grande do Sul. Agora, a visita coincide com a crise na Venezuela, que é o principal ponto de discordância entre os dois governantes.
Segundo o portal CNN, espera-se que os chefes de Estado assinem 17 acordos bilaterais em áreas como ciência e tecnologia, direitos humanos, segurança cibernética e educação.
De acordo com o Itamaraty, Lula também pretende buscar o apoio do Chile para o lançamento do programa Aliança Contra a Fome e a Pobreza. Inspirada no Bolsa Família, o maior programa social do governo petista, essa iniciativa deve ser anunciada durante o encontro do G20, em novembro.
Embora a situação na Venezuela não esteja na pauta oficial da reunião entre os presidentes, diplomatas ouvidos pela CNN acreditam ser inevitável que o tema seja abordado em reuniões privadas.
Há uma semana, Nicolás Maduro foi proclamado reeleito, em um processo contestado pela oposição, que alega fraude e tem organizado protestos. Mais de mil pessoas já foram presas, e há relatos de 20 mortes, segundo o Human Rights Watch. Desde então, Lula e Boric têm adotado posturas divergentes em relação ao processo eleitoral venezuelano.
Em sua primeira manifestação sobre a eleição na Venezuela, Lula cobrou a divulgação das atas, mas afirmou não ver "nada de anormal" no processo eleitoral venezuelano. Já Boric declarou que os resultados "eram difíceis de acreditar".
Os dois já haviam discordado sobre a situação venezuelana durante o episódio de Essequibo.