Para muitos, a desistência da candidatura à reeleição do presidente americano, Joe Biden, era certa. Mas de Nova York a Michigan, muitos eleitores democratas estão ansiosos.
A notícia chegou na tarde de domingo. Depois de três semanas de especulações sobre sua saúde física e mental, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, 81 anos, desistiu da candidatura.
Ele não tentará a reeleição em 5 de novembro contra o ex-presidente republicano Donald Trump, considerado um risco para a democracia por milhões de eleitores progressistas.
— Estou atônita e feliz, porque finalmente a decisão foi tomada, e agora o Partido Democrata pode encontrar uma solução — diz Barb Katz, professora aposentada que visitava o Museu Presidencial Gerald Ford e sua reprodução do Salão Oval em Grand Rapids, Michigan, quando a notícia apareceu nos celulares.
Ao mesmo tempo "triste" e "aliviado", seu marido, Seth, 61 anos, lamenta que Biden, que prometia ser um presidente de transição, não tenha passado o bastão "há dois anos".
Para Tayaba Zahra, advogada entrevistada no bairro nova-iorquino do Harlem, sua atuação no debate televisionado de 27 de junho que deu origem à crise "foi um fiasco".
— Acho que deixou a opinião pública muito nervosa com sua entrada na corrida presidencial como concorrente de Donald Trump, que não deixa de ser um idoso — explica.
Sucessora de Biden
Após seu anúncio histórico, Biden declarou apoio imediato à sua vice-presidente, Kamala Harris.
— Todos temos que nos alinhar e apoiá-la. E não podemos ter brigas internas. Nada de brigas, meninos — alerta Mary Biggs, professora nova-iorquina, 58 anos.
— Não estou certa do nível de confiança que o conjunto dos eleitores democratas terão em Harris. Mas faz sentido, é sua vice-presidente — comenta Leah, editora de vídeo, 23 anos, em meio a um jogo de beisebol em Washington, a capital federal.
Kevin Beard, gestor informático, 50 anos, não esconde sua preocupação.
— Não acho que ele (Biden) deveria ter se retirado. Acho que é a melhor pessoa para vencer Donald Trump. No dia das eleições, os eleitores independentes, diante do contraste entre Trump e Biden... Biden continuaria vencendo— afirma Beard, mostrando-se cético sobre as chances de vitória de Kamala Harris:
— Na vice-presidência, seu papel ficou reduzido. Realmente, não fez nada.
Mas, para ele, Harris ainda é a melhor opção.
— Moro em Nova York, cresci com Donald Trump. Sabemos quem é, não é uma boa pessoa — diz, antes de expressar seu receio de que "este homem esteja destruindo" a democracia.