
Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição presidencial dos Estados Unidos neste domingo (21). A renúncia criou uma lacuna no Partido Democrata, que precisará escolher outro nome para concorrer no pleito marcado para novembro.
No comunicado da desistência, Biden demonstrou apoio à Kamala Harris, atual vice-presidente norte-americana. A indicação não significa que Kamala será a substituta.
O que o Partido Democrata fará?
O esperado era que Biden fosse oficialmente nomeado candidato em agosto, na Convenção Nacional Democrata. Devido à desistência, o presidente poderia “liberar” os 3,9 mil delegados que ele havia conquistado nas primárias para escolher outros candidatos do partido.
Segundo o jornal The New York Times, uma possibilidade é a união em torno do nome de Kamala Harris para enfrentar a crise política causada pelo anúncio de Biden. Entretanto, uma ala do Partido Democrata defende que haja ao menos um nome para disputar a preferência interna com a atual vice-presidente.
Outra opção seria que os candidatos pudessem embarcar em uma campanha nacional de um mês, viajando pelo país para solicitar apoio dos cerca de 4,6 mil delegados.
A disputa nacional levaria a uma espécie de “todos contra todos entre os pesos pesados democratas". Os candidatos teriam que obter assinaturas de 600 delegados da convenção para que fossem nomeados.
Quem poderia entrar na campanha?
A não escolha de Kamala Harris abriria espaço para que vários candidatos entrassem na disputa. Por isso, neste momento, não há um número de possíveis substitutos.
Entre os nomes especulados pela imprensa norte-americana estão: Gavin Newson, governador da Califórnia, Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, Andy Beshear, governador de Kentucky e J.B. Pritzker, governador de Illinois.
Para onde vai o dinheiro da chapa Biden-Harris?
Se Biden for substituído por Kamala Harris, a vice-presidente poderá continuar a campanha com os recursos já arrecadados por meio de doações – a chapa recebeu US$ 91 milhões (cerca de R$ 510 milhões na cotação atual) até maio.
Se for outro o candidato, o dinheiro Biden-Harris pode ser devolvido aos doadores, o que é improvável, segundo o New York Times, ou transferido para um comitê de ação política – chamado de super PAC federal, que poderá gastá-lo em nome da nova chapa democrata.
Quando será definido o nome?
Os democratas se reunirão em Chicago em 19 de agosto para a convenção de nomeação do candidato à presidência. O escolhido para liderar o pleito deverá fazer o discurso de aceitação três dias depois (22).