Hasan Rabee, brasileiro que está na Faixa de Gaza e que teve parte da família assassinada pelo grupo terrorista Hamas, conta que está cada dia mais difícil sobreviver na região e anseia pela volta ao Brasil.
— Vai fazer um mês de terror aqui. O bombardeio não para. Nós vemos gente morta no dia a dia — relatou o brasileiro em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
Rabee quer ser repatriado, mas diz que ainda não há expectativa sobre uma data. O grupo de brasileiros no local está em contato direto com o embaixador Alessandro Candeas, chefe da representação brasileira na Palestina. No entanto, o sobrevivente em Gaza conta que a autoridade também não tem muitas informações:
— O governo brasileiro precisa conversar com Israel para solicitar os nomes dos brasileiros nas próximas listas.
Pelo terceiro dia, estrangeiros foram liberados para deixarem a Faixa de Gaza, mas brasileiros não tiveram os nomes autorizados.
Vivendo em Gaza
Rabee relata que os recursos básicos para sobreviver estão cada vez mais escassos e não são suficientes.
— A água chega uma vez por semana, não tem previsão para o próximo dia que vai chegar por falta de combustível. A gente está sem energia. Gás de cozinha não existe mais. A alimentação não encontra fácil. A gente vive um massacre, na verdade — conta Rabee, que andou por mais de duas horas nesta sexta-feira (3) em busca de água mineral, mas não teve sucesso.
Ele esteve em três diferentes casas desde o início do conflito, na busca por um local com menos perigo, mas relata que esse desejo não é possível na Faixa:
— Mesmo mudando de local, você não se sente seguro em nenhum lugar. Não tem segurança para ninguém que está morando na Faixa de Gaza.