As tropas israelenses que lutam contra os terroristas do Hamas cercaram a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (2), segundo os militares. Os líderes americanos e árabes aumentaram a pressão sobre Israel para que alivie o cerco a Gaza e interrompa pelo menos brevemente os ataques, de forma a ajudar os civis.
Quase quatro semanas depois que a violência mortal do Hamas em Israel desencadeou a guerra, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, volta à região para conversações, nesta sexta-feira (3), em Israel e na Jordânia, seguindo a sugestão do presidente Joe Biden de uma "pausa" humanitária nos combates. O objetivo é permitir a entrada de ajuda para os palestinos e a saída de mais estrangeiros e feridos. Cerca de 800 pessoas deixaram a Faixa de Gaza nos últimos dois dias.
Durante um evento de campanha na quarta-feira, um membro da plateia pediu ao presidente que convocasse um cessar-fogo, ao que Biden respondeu:
— Acredito que precisamos de uma pausa.
Nesta quinta, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, esclareceu à imprensa o que poderia ser essa pausa mencionada:
— Uma pausa humanitária (...) é temporária, localizada e focada, centrada em um objetivo específico ou objetivos, entrada de ajuda humanitária, remoção de pessoas. A ideia geral é que, neste espaço geográfico, por um período de tempo limitado, haveria uma interrupção das hostilidades, suficiente para permitir o que quer que esteja sendo visado.
A Casa Branca havia anteriormente feito apelos por "pausas humanitárias" para permitir a entrega de ajuda em Gaza ou para realizar evacuações, mas até agora se recusou a discutir um cessar-fogo, acreditando que isso apenas beneficiaria o Hamas.
— Não estamos advogando por um cessar-fogo geral neste ponto — confirmou Kirby. — Como disse antes, acreditamos que um cessar-fogo geral beneficiaria o Hamas, dando-lhe alívio e tempo para continuar planejando e executando ataques contra o povo israelense.
Resposta israelense
Israel não respondeu imediatamente à sugestão de Biden. Mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que já havia descartado a possibilidade de um cessar-fogo, disse na quinta-feira:
— Estamos avançando... Nada nos deterá.
Uma série de fortes explosões levantou nuvens de fumaça sobre a Faixa de Gaza nesta quinta-feira. A rede Al Jazeera, que continua a transmitir a partir da cidade, disse que os ataques aéreos israelenses atingiram uma área de torres de apartamentos no bairro de Tel al-Hawa.
A barragem de fogo atingiu área a cerca de cem metros do Hospital Al-Quds, disse o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho da Palestina, em postagem no X (antigo Twitter).
A entidade disse que houve mortos e feridos, mas não deu mais detalhes. Um ataque aéreo nesta quinta-feira também reduziu a escombros um prédio residencial no campo de refugiados de Bureij, a vários quilômetros ao sul da Cidade de Gaza, onde Israel pediu aos residentes do norte que fugissem.