O Exército israelense continua bombardeando a Faixa de Gaza neste sábado (28), depois de combates terrestres entre soldados e membros do grupo terrorista Hamas, e de bombardeios noturnos de intensidade sem precedentes desde o início do conflito, que destruíram centenas de edifícios na última noite.
Neste sábado, o território de Gaza, sitiado por Israel e onde vivem cerca de 2,4 milhões de habitantes, está agora isolado, devido ao corte das comunicações e de Internet.
— As bombas caíam de todos os lados: da marinha, da artilharia e dos aviões — disse à reportagem Alaa Mahdi, morador do campo de refugiados de Shati, na parte norte de Gaza.
A ONU diz temer uma "avalanche de sofrimento humano" no território, onde o exército israelense promove uma campanha de bombardeios desde 7 de outubro, em retaliação ao ataque terrorista que o Hamas lançou em território israelense e que deixou cerca de 1,4 mil mortos.
O exército de Israel disse ter atingido "150 alvos subterrâneos" no norte da Faixa de Gaza, onde afirma que o Hamas conduz suas operações a partir de uma gigantesca rede de túneis. Os militares israelenses afirmam ainda que mataram "vários terroristas do Hamas", incluindo um dos responsáveis pela organização da ofensiva de 7 de outubro.
As forças armadas israelenses também confirmaram que estão operando "dentro de Gaza", tal como fizeram em noites anteriores. Em resposta, o Hamas disparou foguetes contra várias cidades de Israel.
— Continuaremos bombardeando por via aérea e marítima. A eliminação (dos líderes do Hamas) os enfraquece — disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, acrescentando que suas tropas não reportaram vítimas durante as operações noturnas.
Depois dos últimos bombardeios israelenses e de "uma noite de imensa angústia", as famílias dos reféns detidos pelo Hamas, na sua maioria israelenses, disseram estar "preocupadas" com o seu destino, e exigiram explicações ao governo de Benjamin Netanyahu.
Segundo o exército de Israel, 229 reféns — israelenses, de dupla nacionalidade ou estrangeiros — foram capturados em 7 de outubro pelo Hamas e levados à força para Gaza. Desde então, os islamitas libertaram quatro mulheres cativas.
Os bombardeios noturnos coincidiram com um apagão de comunicações e internet na Faixa de Gaza.
— As operações humanitárias e a atividade hospitalar não podem continuar sem comunicações — advertiu Lynn Hastings, coordenadora do gabinete de assuntos humanitários da ONU.