Bombardeios das Forças de Defesa de Israel cortaram na sexta-feira (27) a comunicação entre o Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, e os brasileiros que tentam fugir da Faixa de Gaza. O grupo de cerca de 30 brasileiros, porém, está em segurança, segundo o Itamaraty.
Na sexta-feira, o serviço de telecomunicações de Gaza foi afetado pelos ataques israelenses, informou em comunicado a empresa palestina Jawwal, responsável pela conectividade na região.
O Itamaraty confirmou as dificuldades de contato, mas disse que o embaixador Alessandro Candeas, chefe da representação brasileira na Palestina, conseguiu rápida comunicação com um dos brasileiros hospedados em Rafah.
"Segundo o relato, há bombardeios intensos nesta noite, mas os brasileiros estão em segurança", afirmou o Ministério das Relações Exteriores. A queda no serviço de telefonia e internet em Gaza ocorreu por volta das 14h, no horário de Brasília, e às 20h no fuso de Gaza.
Desde que o governo federal iniciou uma operação de repatriação de brasileiros na região de Israel, anunciada em 8 de outubro, o grupo de brasileiros tenta deixar a Faixa de Gaza. No enclave, convivem com escassez de itens básicos, como água potável, alimentos e medicamentos.
O comboio brasileiro foi dividido em dois, cada um com 16 pessoas. Há 8 mulheres e 13 crianças entre eles. Um está abrigado em Khan Yunis, e o outro em Rafah, ambos a não mais do que 10 quilômetros da fronteira com o Egito. Eles aguardam aval para cruzarem a fronteira e ingressar em território egípcio.
O grupo recebe apoio terrestre, com a contratação de transporte pelo Itamaraty, mas não há nenhum membro do governo os acompanhando in loco. Os diplomatas monitoram a situação à distância, por isso a importância dos serviços de telecomunicação. Um avião da Presidência da República está no Egito a espera para trazer os brasileiros de volta ao país.