O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, parabenizou, via redes sociais, Santiago Peña pela vitória eleitoral no Paraguai. Por meio do Twitter, o chefe do Executivo brasileiro desejou sorte ao novo presidente paraguaio e defendeu relações cada vez mais fortes e melhores entre as duas nações.
Ainda no post, que foi enviado logo após a confirmação da vitória do candidato do Partido Colorado, Lula disse que espera contar com Peña para que juntos possam trabalhar em prol de uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade.
Santiago agradeceu ao presidente brasileiro pelas felicitações e concordou com a proposta de manterem as relações entre as duas nações cada vez mais amistosas e colaborativas. "Muito obrigado presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Concordo plenamente em trabalharmos juntos por relações cada vez melhores e mais firmes a favor de nossos povos e de uma visão de uma América do Sul unida e próspera", escreveu no Twitter.
Conforme a Justiça Eleitoral do Paraguai, com 99,09% das urnas apuradas até o fim da noite de domingo (30), Santiago tinha 42,74% dos votos. Já o seu rival, Efraín Alegre, do Partido Liberal, contava com apenas 27,48% dos votos.
Tratado de Itaipu
A eleição presidencial do Paraguai é também importante para o Brasil devido aos acordos diplomáticos e comerciais entre as duas nações. Além disso, o resultado poderia impactar na revisão do Tratado da Usina de Itaipu, que está prevista para ocorrer em agosto deste ano.
O recém-eleito Peña será o futuro interlocutor do Brasil na revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina.
Assinado em 1973, em Brasília, o tratado já previa a amortização das dívidas contraídas pela usina, que acabaram de ser pagas no mês passado, e mudanças nas demandas elétricas dos dois países. Além disso, estabelecia a revisão do texto dentro do prazo de 50 anos.
De acordo com o documento, toda a energia produzida deve ser dividida entre as duas nações. O Paraguai historicamente nunca usou toda a geração a que tem direito, e pelo acordo se vê obrigado a vender o excedente para o Brasil.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, ainda durante a campanha, Peña disse estar confiante sobre o papel da usina para os próximos 50 anos.
— Estou otimista para poder negociar isso com Lula. Ele é uma pessoa com experiência e há testemunhas de que quer fortalecer os vínculos entre os dois países — declarou Santiago, na época.