Santiago Peña, do Partido Colorado, foi eleito presidente do Paraguai neste domingo (30). Com 95,25% das urnas apuradas, o economista de 44 anos tem 42.89% dos votos, contra 27,53%, de Efraín Alegre, da coalizão liberal-centrista Concertación Nacional, e 22,77%, de Payo Cubas, do partido de extrema-direita Cruzada Nacional. As informações são da Justiça Eleitoral do país.
— Depositaram nas nossas mãos a confiança para que amanhã possamos estar melhor, e vamos estar melhor. Todos estamos moralmente obrigados a exercer um papel no lugar que nos toque: só assim poderemos enfrentar com êxito a pobreza, a corrupção e a impunidade — disse Peña em seu discurso de vitória.
Esperava-se que a disputa fosse concorrida, uma vez que o centrista Efraín Alegre, havia conseguido formar uma coalizão ampla e aparecia bem nas pesquisas. O Partido Colorado, que domina a política paraguaia desde a década de 1950, tem estado com a popularidade em baixa por conta da economia em desaceleração e acusações de corrupção.
Quem é Santiago Peña
Santiago Peña é considerado um tecnocrata de pouca experiência política. Estudou na Universidade de Columbia, em Nova York, e foi ministro da Economia durante o governo Horácio Cartes (2013 a 2018).
Sua única experiência eleitoral foi em 2017, quando perdeu as primárias do Partido Colorado para Mario Abdo.
Defende as relações do Paraguai com Taiwan e tem sido criticado por sua visão de que o ditador Alfredo Stroessner levou "estabilidade" ao Paraguai, apesar de grupos de direitos humanos atribuírem ao regime entre um e três mil mortos e desaparecidos.
Na campanha, ele disse querer criar 500 mil empregos, mas não explicou como. Para atacá-lo, seus adversários o chamam de "o secretário de Cartes" — que foi colocado sob sanções dos Estados Unidos em janeiro.
— Sinto-me muito tranquilo, com muita paz em saber que fiz tudo o humanamente possível — ressaltou.
Sabe, além, que conta com uma máquina azeitada.
— O Partido Colorado é de longe a maior aglutinação política do Paraguai: 55% de todos os eleitores nacionais são filiados ao partido — destacou.
De família liberal, Peña é o caçula de três irmãos. É casado com Leticia Ocampo, com quem tem dois filhos, o primeiro deles nascido quando eram adolescentes.
— Fui pai aos 17 anos. Foi um momento difícil na vida. Não foi planejado, mas me levou a construir sobre princípios muito sólidos do compromisso, da responsabilidade, da honestidade, da integridade, de saber que tem gente que depende de nós. E sem perceber, comecei aos 17 anos a desenvolver uma vocação de serviço — assegurou.
Ele rejeita a legalização do aborto porque parece "o mais fácil, um atalho". E se diz decidido a defender a família "em sua composição tradicional: mamãe, papai e filhos".