O Chipre transferiu, nesta segunda-feira (19), 48 requerentes de asilo para a Alemanha em virtude do "mecanismo de solidariedade voluntária", uma iniciativa da UE para ajudar os países da linha de frente na gestão do aumento da chegada de migrantes em solo europeu, e planeja eventualmente realocar um total de 500, disseram autoridades cipriotas.
O ministro de Interior, Nicos Nouris, apontou que os 48 requerentes de proteção internacional foram realocados através do mecanismo aprovado pelos Vinte e Sete em junho, em Luxemburgo.
"Essa é a primeira de uma série de transferências que acontecerão nos próximos meses", indicou um comunicado do Ministério.
A operação foi realizada "em cooperação com o Serviço de Asilo Europeu, a Comissão Europeia, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e as autoridades alemãs", acrescentou.
A embaixada alemã em Nicósia confirmou que a primeira leva de pessoas transferidas eram cidadãos da Síria e do Afeganistão. As transferências estão sendo financiadas pela União Europeia e pela OIM.
O Chipre relatou em 2020 o maior número de requerentes de asilo per capita da UE, cerca de 6% da população da ilha de 915.000 habitantes. No total, 18.345 pessoas pediram asilo na ilha até outubro, disse o ministro Nouris neste mês, em comparação com 13.325 em todo o ano de 2021.
Itália, Grécia, Malta e Chipre, países que junto com a Espanha recebem o maior número de migrantes e requerentes de asilo da União Europeia, denunciaram em novembro as deficiências do chamado "mecanismo de solidariedade voluntária", considerando que até o momento o resultado havia sido "decepcionante".
Este programa deveria ter permitido no primeiro ano a mudança de 10.000 pessoas para países que não os de primeira entrada.
"O mecanismo é lento" e o número aprovado, que não foi alcançado, "representa apenas uma parte muito pequena do número real de chegadas irregulares durante este ano", consideraram.
Esses países, os mais expostos a chegada de migrantes, defendem há anos um sistema de remanejamento obrigatório.
* AFP