A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) publicou, em seu site, uma lista com alguns esclarecimentos sobre a relação entre o grupo liderado pelos Estados Unidos e Moscou. A lista que discute "os cinco principais mitos" nessa relação é publicada em momento de tensões entre a Otan e a Rússia, com a possibilidade de que tropas russas invadam a Ucrânia.
A Otan afirma que desde sua fundação, em 1949, nunca fez uma promessa de não aceitar novos membros, inclusive depois da Guerra Fria. O texto lembra a "Política de Portas Abertas" da entidade para eventuais novos membros da Europa, o que já consta em seu tratado de fundação.
A entidade ainda diz ser uma "aliança defensiva, com o propósito de proteger seus membros". Ela afirma que cooperou com a Rússia nos últimos 30 anos, por exemplo em operações contra o narcotráfico ou o terrorismo, mas diz que, em 2014, como resposta "às ações agressivas da Rússia contra a Ucrânia", suspendeu a cooperação prática com Moscou.
"Nós não buscamos confrontação, mas não podemos ignorar que a Rússia viola regras internacionais, minando nossa estabilidade e a segurança", diz.
Outro "mito" combatido pela Otan é de que a Ucrânia não poderia entrar na aliança. Segundo a organização, a decisão caberá aos 30 membros da própria Otan e ao país em questão, apenas.
"A Rússia não tem o direito de intervir nem de vetar esse processo", afirma Otan.
A Otan diz ainda que não tem a intenção de circundar a Rússia com novos membros e aponta que apenas 6% da fronteira russa é com integrantes da entidade.
Outro mito citado é que, segundo a Otan, o fato de que esta participou de intervenções na ex-Iugoslávia, em Kosovo e na Líbia provaria que ela não é defensiva. Ela aponta que havia contextos específicos em cada missão, e que elas eram amparadas por decisões da Organização das Nações Unidas.