A recusa da Alemanha em se juntar a outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no fornecimento de armas à Ucrânia irritou alguns aliados e levantou dúvidas sobre a determinação de Berlim em enfrentar a Rússia.
A questão veio à tona no fim de semana, após relatos de que o governo alemão havia impedido a Estônia de fornecer velhos obuses (um tipo de arma de artilharia que dispara projéteis explosivos) a Kiev.
A posição da Alemanha sobre o fornecimento de armas "não corresponde ao nível de nossas relações e à situação de segurança atual", criticou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.
Na segunda-feira (24), o chanceler alemão, Olaf Scholz, insistiu que seu país está alinhado com a Otan e a União Europeia na oposição a qualquer incursão russa na Ucrânia.
— Se essa situação ocorrer, agiremos em conjunto — disse ele a repórteres.
Ainda assim, o político afirmou que há uma exceção para o apoio:
— Não fornecemos armas letais.
Especialistas dizem que a posição da Alemanha está parcialmente enraizada em sua história de agressão durante o século 20.
— Há o legado óbvio da própria militarização da Alemanha na Europa durante duas Guerras Mundiais, o que levou muitos líderes alemães a ver qualquer resposta militar como o último recurso — disse Rachel Ellehuus, vice-diretora do programa Europa, Rússia e Eurásia no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington.