A Justiça da Espanha atendeu ao pedido da Promotoria e decretou, nesta quinta-feira (2), a prisão provisória de oito líderes do governo catalão destituído. Eles são acusados de rebelião e de sedição (perturbação da ordem pública). A decisão ocorre após a promotoria também solicitar a prisão do ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, que foi deposto pelo governo espanhol. As acusações podem resultar em até 30 anos de prisão.
Entre os oito líderes do governo catalão com prisão decretada, está o vice-presidente Oriel Junqueras. Para a Justiça, os acusados desempenharam "um papel ativo, impulsionando o processo soberanista minuciosamente desenhado". Não há fiança para sair da cadeia.
O Ministério Público ainda havia pedido a prisão de um nono ex-líder do governo catalão, Santi Vila, mas a Justiça decidiu conceder-lhe liberdade provisória porque ele pediu demissão antes de a Catalunha declarar a independência. O MP também solicitou a detenção dos ministros do Executivo catalão, mas eles estariam na Bélgica junto com Puigdemont e desconsideraram a convocação da Justiça.
"Fim da repressão política"
Em uma curta mensagem emitida pela TV pública catalã, Puigdemont se apresentou como "presidente legítimo da Catalunha", exigiu a libertação dos conselheiros e do vice-presidente e "o fim da repressão política".
— Não é mais um assunto interno espanhol. A comunidade internacional e especialmente a comunidade europeia devem se dar conta do perigo que estas atitudes representam — afirmou o presidente catalão deposto que, segundo a emissora, falava da Bélgica.
Pelo Twitter, Puigdemont ainda escreveu: "Governo legítimo da Catalunha encarcerado por suas ideias e por ter sido leal ao mandato do Parlamento local".
Independência polêmica
Após realizar, em 1º de outubro, um referendo de autodeterminação – não reconhecido por Madri –, a Catalunha declarou a independência da região no último dia 27. Pouco depois, o Senado espanhol aprovou a intervenção na autonomia regional — que foi solicitada por parte do governo central.
A aplicação do artigo 155 da Constituição do país foi evocada para suspender a autonomia da Catalunha e destituir o líder da região, Carles Puigdemont, e de seu Executivo. Novas eleições regionais foram convocadas para 21 de dezembro.