Bate-boca, dedo em riste e gritaria. Assim foi o começo da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), coordenada pela vereadora Mari Pimentel (Novo), que investiga supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Educação (Smed), na manhã desta sexta-feira (18) na Câmara de Vereadores. Mari Pimentel chegou a cogitar acionar a Guarda Municipal.
A novidade no debate desta manhã foi que o relator da comissão, vereador Roberto Robaina (Psol), está suspenso da função por decisão da Mesa Diretora. O pedido de afastamento foi feito pelo líder do governo Sebastião Melo na Casa, vereador Idenir Cecchim (MDB).
Os governistas insistem que o relator deve ser escolhido por eleição e não ser designado, como foi o caso de Robaina. Com isso, a polêmica da manhã foi sobre se a CPI poderia funcionar sem relator. A base governista entendia que não. Mari insistiu em dar andamento à sessão.
Enquanto esperava para se manifestar, Robaina teve uma calorosa discussão com os vereadores Moisés Maluco do Bem (PSDB) e Mauro Pinheiro (PL). Moisés puxou o microfone de Robaina, que reagiu. Houve interferência de Pinheiro e bate-boca.
Na sequência, Mari disse que manteria as votações e os aliados do prefeito retiraram quórum. A presidente defendeu, então, que requerimentos poderiam ser votados por maioria simples.
Mauro Pinheiro ficou presente e, por mais de uma vez, pediu adiamento de votação de requerimentos. Além disso, reclamou que a CPI conduzida por Mari não era "nada democrática". Pinheiro afirmou que todo trabalho da manhã será declarado nulo.
Por volta das 11h15min, Pinheiro pediu nova verificação de quórum. Mari negou. Robaina se manifestou dizendo entender ser justa a verificação, mas defendeu que ausências deveriam contar como falta. A ideia é de que o vereador que tenha três faltas consecutivas perca a vaga na comissão.
Depois de mais uma manifestação do vereador Jonas Reis (PT), que insiste que o governo não quer investigar, Mari declarou encerrada a sessão, às 11h27min. Como próximo passo, a equipe de Mari impetrará habeas corpus a fim de garantir que ela possa exercer os poderes regimentais, entre eles, o de designar o relator sem fazer eleição.
Já a decisão da Mesa Diretora, que suspendeu Robaina, passará pela Comissão de Constituição e Justiça e, depois, será analisada em plenário. A próxima sessão da CPI conduzida por Mari está marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (21). No final da manhã, Cecchim disse a GZH que ainda iria analisar com sua equipe a adoção de medidas em relação à sessão desta sexta-feira:
— Foram muitas ilegalidades cometidas. Vamos avaliar.
Na quinta-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da base governista aprovou a convocação para que os empresários Jailson Ferreira da Silva e Sérgio Bento de Araújo prestem depoimento diante dos parlamentares. Eles são vinculados às empresas Inca Tecnologia e Astral Científica. O presidente desta comissão é o vereador Idenir Cecchim (MDB), líder do governo na Câmara Municipal.