A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Porto Alegre arquivou a representação contra o parlamentar Alexandre Bobadra (PSL) por suposta infração ao Código de Ética. Por cinco votos a um, em reunião realizada na manhã de quarta-feira (23), os integrantes da Mesa rejeitaram o relatório de Mônica Leal (PP), que recomendava a continuidade da investigação para apurar eventuais irregularidades na conduta de Bobadra.
Em representação protocolada por Roberto Robaina (PSOL), o vereador do PSL era implicado por ter acumulado duas funções públicas e os seus respectivos salários, de vereador e de agente na Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), mesmo sem trabalhar na segunda, amparado por licenças que foram anuladas.
O regimento da Câmara diz que é “expressamente vedado ao vereador”, a partir do momento da posse, “exercer qualquer outro cargo público”. Já a Constituição diz que o vereador somente pode acumular outra função pública caso haja compatibilidade de horários, para que ele efetivamente cumpra sua jornada. Ainda assim, os integrantes da Mesa votaram pelo arquivamento. Depois de rejeitado o relatório, o vereador Hamilton Sossmeier (PTB) fez uma sustentação pelo arquivamento definitivo do caso, sendo acompanhado pela maioria, repetindo o placar: 5 a 1.
— Foi muito bem elaborado o posicionamento da vereadora Mônica, mas, na minha ótica, não tinha motivo para dar prosseguimento porque é uma questão de fora da Câmara. Considerei suficientes as explicações do vereador Bobadra. Por sugestão da minha assessoria jurídica, fizemos uma declaração por escrito e acabou esse meu voto sendo usado como relatório pela Mesa, para embasar o arquivamento — afirmou Sossmeier.
Além dele, votaram pela baixa do caso Nádia Gerhardt (DEM), Claudio Janta (SD), Idenir Cecchim (MDB) e Márcio Bins Ely (PDT).