As três principais metodologias utilizadas para identificação dos corpos dos 62 mortos no acidente aéreo que ocorreu em Vinhedo (SP), nesta sexta-feira (9), serão: impressão digital, odontologia ou exame genético.
Ouvido pelo portal g1, o perito criminal federal e diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), Carlos Palhares, disse que será seguido um protocolo internacional neste procedimento.
A previsão é de que todos os corpos sejam removidos até o final deste sábado (10) para o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo (SP). O trabalho vai envolver peritos da Polícia Federal e da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
Objetivos da perícia
O diretor do INC afirmou que a atividade pericial é dividida em dois grupos: um grupo que trabalha para a identificação dos corpos e outro que trabalha para a investigação do acidente aeronáutico para fins criminais, para entender se houve negligência, imprudência e imperícia.
Cuidados na remoção
Segundo o perito criminal, a equipe utiliza uma veste de proteção biológica. E, para a remoção, deverá haver um cuidado especial, uma vez que houve fogo na aeronave, o que deve dificultar o processo. O trabalho recebe apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Etapas de identificação
Após a remoção dos corpos do local do acidente, com cuidado, as vítimas são levadas para o IML. Haverá uma abordagem com os familiares e, depois, é feita a comparação dos dados. Na sequência, os corpos são entregues para a família, que passa por um processo de acolhimento, que está sendo feito pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), com o apoio da VoePass. O suporte conta com um local adequado e auxílio psicológico.
Protocolo internacional
De acordo com o diretor do INC ouvido pelo portal g1, são três metodologias principais, as já citadas impressão digital, odontologia ou exame genético. No entanto, também há uma quarta possibilidade: exame antropológico, caso o passageiro tenha placas ortopédicas ou alguma característica médica especial comunicada pelos familiares.
A identificação por impressão digital é a mais rápida, segundo o especialista, sendo realizada assim que possível. O método de odontologia depende de etapas como localizar o dentista da vítima e colher informações com ele, realizando, assim, o trabalho de comparação com o material colhido. Já a identificação por exame genético depende de coleta de material biológico de familiares das vítimas, preferencialmente pais e avós, sendo este um processo mais demorado.
Prazo
Palhares destacou que não é possível responder quanto tempo vai levar para as identificações serem realizadas.
— Não temos como dar prazo. Se o corpo for identificado por impressão digital, basicamente o processo de identificação é um processo comparativo. A gente tem que ter o mesmo tipo de informação no corpo e uma informação de referência. Esses três métodos que são utilizados, são utilizados porque normalmente as pessoas têm esses registros prévios, antes de morrer — explicou.
Remoção dos corpos
O diretor do INC acredita que a remoção total dos corpos do local do acidente deve ocorrer até o final deste sábado (10). No entanto, ele também relatou que a chuva e o frio atrapalharam os trabalhos durante a madrugada.
— A retirada é gradual para que possamos preservar ao máximo os corpos. Mas, apesar de ter sido um sinistro aeronáutico complexo, nós entendemos que a situação dos corpos não vai ser um elemento complicador para a identificação, pelo menos dos corpos que foram retirados até agora. Existem corpos que estavam próximos da região onde estava o fogo, esses provavelmente serão mais complexos de serem identificados — finalizou Palhares.