Com rotas comprometidas desde 3 de maio, com o fechado do aeroporto Salgado Filho devido aos alagamentos na Capital, ganhou força a mobilização de lideranças locais pela retomada de voos comerciais no aeroporto de Torres.
O assunto foi debatido na manhã deste sábado (1º) no terminal localizado no Litoral Norte. Atualmente, somente voos particulares utilizam a estrutura administrada pelo governo do Estado.
A pauta é liderada pelo empresariado local e pela Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte). O presidente da Amlinorte e prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani dos Santos, afirma que o aeroporto se torna uma opção de apoio neste momento de dificuldade, mas que também pode operar com voos comerciais de forma permanente.
Santos lembra que a Azul chegou a oferecer uma rota entre Porto Alegre e Torres em dezembro de 2020, mas o transporte foi interrompido.
— A gente estava iniciando esse projeto, estava ganhando corpo, mas teve a pandemia e ele estacionou. Agora a gente se coloca à disposição do Estado e da União em auxílio devido às dificuldades do Salgado Filho.
O vice-presidente e coordenador da Regional Litoral do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Renan Martinello, afirma que, no período em que houve a rota comercial, havia demanda.
— O Litoral já é destino de migração natural, assim como aconteceu na pandemia, agora com as enchentes também. Já tivemos grande crescimento populacional e procura de empresas para se instalar na região. O aeroporto regional do Litoral é uma questão de tempo.
Investimento pode chegar a R$12 milhões
O governo do Estado procurou a Fraport, que administra o Salgado Filho, na última semana para formalizar que o terminal de Torres está disponível para utilização excepcional por parte da concessionária diante da paralisação dos voos na Capital. O secretário adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Raphael Ayub, afirma que a possibilidade também foi encaminhada para avaliação do Ministério de Portos e Aeroportos.
Um levantamento prévio feito pelo Departamento Aeroportuário do governo estadual aponta que para estar em condições de receber voos comerciais, o aeroporto de Torres necessita de investimentos em aquisição de equipamentos e em infraestrutura que podem chegar a R$12 milhões.
— A parte do recurso (disponibilidade) eu diria que não é a mais relevante no curto prazo. O próprio governo federal disse que não mediria esforços para viabilizar. Precisamos mais é avançar nos documentos, autorizações emergenciais que precisam ser superadas tecnicamente para uma operação emergencial — avalia Ayub.
O ministro de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, participou da reunião deste sábado e se comprometeu a levar o pleito em agendas com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério de Portos e Aeroportos no começo desta semana.