Aurélio Decker, mais conhecido como Lelo, faleceu na noite do último sábado (16) no Hospital Unimed, em Novo Hamburgo. O jornalista tinha 75 anos e sofria de um câncer nos ossos.
Com mais de cinco décadas de dedicação ao jornalismo, Lelo começou sua trajetória na Zero Hora, ainda nos anos 1960. Depois, passou por veículos como Correio do Povo e a extinta Folha da Tarde. Na década de 1970, entrou para o Jornal NH. Foi no conhecido jornal do Vale do Sinos que Lelo atuou como repórter, chefe de reportagem, editor e, por último, colunista.
O trabalho de Lelo era muito admirado e aplaudido. A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) emitiu um comunicado lamentando a morte de Aurélio. "Extremamente consternado com o falecimento do amigo, sem dúvida nenhuma um dos maiores jornalistas do Vale dos Sinos. Perdemos não apenas um amigo, mas um grande profissional do Jornalismo gaúcho", escreveu o presidente da associação, José Nunes.
Na região, as colunas de Aurélio Decker eram bastante conhecidas. Suas histórias e crônicas chegaram a virar livros. Lelo escreveu Crônicas do Lelo 2, China: Ameaça ou Oportunidade, Lucila, uma adorável tia colona, Made in China o Dragão Avança, Repórter Sitiado, o Dragão Avança e Impactos do Câncer.
Ele se aposentou do Jornal NH em 2022, mas seguiu trabalhando. Apesar da saúde debilitada e da rotina de cuidados no Residencial Sinfonia, lar para idosos em que vivia, Lelo continuava atuando na Vale TV, canal 14 da Net, e era muito ativo nas redes sociais. No Instagram (@aureliodecker), costumava postar vídeos contando histórias e propondo reflexões.
— Ao ler Crônicas do Lelo 2, pensei que precisava conhecê-lo. Casualmente fui trabalhar em um residencial de idosos e acabamos nos conhecendo. Nos tornamos melhores amigos. E eu ficava com ele todos os dias, fazendo companhia para ele — conta a amiga e cuidadora Uaina Altenhofen.
Ela era responsável por ajudá-lo com as publicações nas redes sociais. Uaina conta que Lelo fazia questão de responder todos os comentários. Como a visão dele não era mais a mesma que antigamente, ele ditava o que queria dizer para Uaina digitar, garantindo que todos os admiradores fossem respondidos.
— Ele era uma pessoa irreverente, feliz único e, principalmente, um grande guerreiro — lembra Uaina.
Lelo deixa os filhos Ismael, Alencar, Francisco, Rafael, Juliana e Julia, e sete netos. Ele será cremado às 18h deste domingo (17), em Novo Hamburgo.
*Produção: Yasmim Girardi