A agência estadual responsável por fiscalizar a atuação da CEEE Equatorial e da RGE aguarda a normalização do fornecimento de luz para, então, abrir um procedimento de investigação sobre a atuação das duas empresas após a tempestade que deixou mais de 1 milhão de pessoas sem energia elétrica no Rio Grande do Sul. Quase uma semana após o evento meteorológico, ainda há mais de 20 mil imóveis desabastecidos nas áreas atendidas pelas companhias.
A estratégia de fiscalização foi detalhada, nesta segunda-feira (22), pela presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs), Luciana Luso de Carvalho. Segundo a presidente, dar início a um procedimento durante a falta de luz poderia prejudicar a atuação das empresas.
— Não abrimos ainda o processo de fiscalização pelo seguinte: as concessionárias têm neste momento a prioridade número um de restabelecer os serviços. A Agergs iniciando neste momento uma fiscalização atrapalha a operação que deve ser prioritária de restabelecer o serviço — disse Luciana, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
A presidente da Agergs informou que os dados para medir a qualidade da atuação das empresas são fornecidos pelas próprias concessionárias de energia elétrica, com acompanhamento de uma auditoria.
— Nós fazemos a fiscalização de indicadores enviados pelas concessionárias, que são auditadas. Elas têm a obrigação de ser auditadas por certificadoras independentes. Nós fazemos a fiscalização então desses indicadores e das questões técnicas também em campo. Só para exemplificar, nós percorremos 51 municípios da concessão da CEEE Equatorial, em novembro, verificando os alimentadores de energia — relatou a presidente da agência de fiscalização.
Clientes da CEEE Equatorial têm questionado, nos últimos dias, a veracidade das informações da empresa. Relatos colhidos por GZH e descritos nas redes sociais dão conta de que a empresa registra como normalizados pontos que seguem sem energia elétrica.
Na entrevista, a presidente da Agergs avaliou que a agência “ficou um pouco esquecida” pelos governos do Estado e que faltam reajustes salariais aos servidores.
— A estrutura da Agergs tem que ser fortalecida há muito tempo, né? A Agergs ficou um pouco esquecida. Infelizmente, porque nós da Agergs regulamos 10 serviços públicos essenciais para a população. Estamos com uma defasagem salarial muito grande — disse Carvalho.