A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo atrai participantes neste domingo (19) na Avenida Paulista. O evento volta a ocorrer de forma presencial após dois anos de formato remoto em razão da pandemia de covid-19. Com 19 trios elétricos espalhados pela via, a expectativa da organização é de atrair até 3,5 milhões de pessoas. Neste ano, o evento alerta para a importância do voto às vésperas das eleições de outubro.
Estreante na parada, a supervisora pedagógica Ilana Rangel, 24 anos, foi com as amigas de Maricá, no Rio de Janeiro, para participar do evento. Para ela, ter a parada virtual estava longe de ser ideal.
— Foram dois anos péssimos. O movimento é rua — conta a supervisora.
Amiga de Ilana, Samara Rodrigues, 23 anos, conta que está emocionada por também poder fazer parte do evento pela primeira vez. Estar na Avenida Paulista, segundo ela, mostra que a comunidade existe. Samara destaca que votar, neste ano, significará resistência e sobrevivência.
— Precisamos votar em quem defende a nossa vida — destaca Samara.
O mineiro Jean Maia, 26 anos, concorda que participar da parada em ano de eleição é sempre muito importante. Ele conta que, em 2018, se retraiu e sentiu medo. Mas diz que neste ano será diferente.
— A parada é um protesto. Vamos mostrar que estamos aqui, presentes — aponta.
Lutar em prol da comunidade também é o objetivo de Mirian da Silva, 62 anos.
— Ser LGBT+ se tornou mais viável, mas temos de continuar lutando. Mudar nossa política — afirma Mirian.
O professor Francisco Za Salles, 39 anos, saiu de Itatira, no Ceará, para estar neste domingo na Paulista.
— É um ano muito importante para a gente. Precisamos dar um basta — diz o professor.
Para Renato Viterbo, vice-presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo (APOLGBT-SP), o tema deste ano.
— Vote com orgulho: por uma política que representa, é uma chance de mostrar a importância do voto "para pessoas gerais", de esquerda ou direita. Essas são as políticas públicas que teremos para os próximos quatro anos. A intenção é votar em pessoas LGBTs e aliadas e que o público entenda o tanto que isso vai refletir também na sua família e no entorno — enfatizou Renato em entrevista que o Estadão publicou na sexta-feira (17).
Entre os nomes com apresentações já confirmadas para a Parada do Orgulho LGBT+ deste ano, estão Pabllo Vittar, Aretuza Lovi e Luísa Sonza, além de artistas independentes da comunidade LGBT+, como Ariah, o coletivo Quebrada Queer e Ana Dutra. O evento será transmitido online pelos canais oficiais da APOLGBT-SP.