Uma reunião de familiares do refugiado congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte, aos 24 anos, na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 31 de Janeiro, sobre a possibilidade de a família da vítima assumir a gestão do quiosque onde ocorreu o crime, foi adiada para esta segunda-feira (7). Inicialmente, o encontro, com a concessionária Orla Rio, que administra os quiosques das praias cariocas, seria no sábado (5), mesmo dia em que a Prefeitura do Rio fez a proposta.
O projeto, da Secretaria municipal de Fazenda e Planejamento, em parceria com a concessionária, inclui a transformação de dois quiosques "em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana". A iniciativa foi divulgada à imprensa acompanhada de imagens de croquis de como os quiosques poderão ficar, decorados com temas gráficos de inspiração africana.
A proposta inclui a reforma dos quiosques Tropicália e Biruta, que dividem a mesma estrutura física, além de apoio e capacitação para a gestão de bares e restaurantes, com auxílio do Senac e entidades dedicadas ao acolhimento de refugiados, segundo o secretário de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, no sábado.
O crime ocorreu no Tropicália, que será oferecido à família de Moïse, mas o complexo cultural incluirá também o quiosque vizinho, a ser gerido por outro empreendedor — possivelmente uma organização da sociedade civil.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Álvaro Quintão, que atua no apoio jurídico à família de Moïse, informou que os familiares da vítima veem a proposta com bons olhos e deverão aceitá-la. Eles participariam de uma reunião com a concessionária Orla Rio para entender melhor a proposta na tarde de sábado, mas o encontro foi adiado para esta segunda-feira, 7.