O caso Dal Agnol completou oito anos em 2022, e a maioria dos clientes que teriam sido lesados pelo advogado de Passo Fundo não recebeu um centavo até hoje. Também não há sentença na principal ação criminal movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS). Maurício Dal Agnol foi alvo da Operação Carmelina, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal (PF). A investigação apontou que ele teria ficado com dinheiro de clientes após acordos com a operadora de telefone OI, em processos que discutiam ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT).
Após indiciamento, foi denunciado junto com outras pessoas pelo MP-RS pelos crimes de formação de quadrilha, patrocínio infiel, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há outras ações criminais na Justiça estadual, mas essa é a principal. O advogado chegou a ser preso, mas agora respondendo os processos em liberdade.
Se por um lado as ações criminais e cíveis se arrastam, o que andou um pouco mais rápido e está na fase de leilão é cobrança de impostos federais pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O juiz Ricardo Soriano Fay, da 1ª Vara Federal de Passo Fundo, marcou para 15 de março o primeiro leilão de bens do advogado. São imóveis que somados estão avaliados em R$ 64,7 milhões. Um segundo leilão está marcado para 24 de março, para caso algum bem não seja arrematado.
Os leilões serão realizados apenas por meio eletrônico, num site de leilões (clique aqui). O dinheiro arrecadado com as vendas será utilizado para quitação de impostos, não sendo destinado, mesmo em parte, aos clientes supostamente lesados.
Dal Agnol segue com o direito de advogar suspenso. Conforme a Associação das Vitimas de Maurício Dal Agnol — entidade criada para representar clientes lesados —, a dívida com aproximadamente 5 mil clientes é de cerca de R$ 400 milhões.
Além das ações individuais movidas por clientes, o advogado responde a uma ação civil pública movida pelo MP-RS, uma movida pela Defensoria Pública do Estado e uma ação de sonegação fiscal movida pelo Ministério Público Federal (MPF).
GZH tenta falar com Maurício Dal Agnol e seus advogados.