O primeiro fim de semana prolongado de sol e calor desde a flexibilização das regras de distanciamento social superou as expectativas de proprietários de hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais do Litoral Norte. Segundo representantes da categoria, diversos estabelecimentos lotaram a capacidade máxima permitida pelo governo do Estado, e outros tantos tiveram de operar com lista de espera.
— A gente imaginava que teria procura, mas parecia Réveillon. As pessoas estavam muito ansiosas. Na sexta-feira (9), a gente não dava conta de atender o telefone — conta Ivone Ferraz, proprietária de dois hotéis em Torres e presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Litoral Norte.
Nas duas unidades, o limite de 60% da capacidade foi atingido no começo do feriado, e a empresária criou uma lista de espera para desistências. Para manter o distanciamento entre os hóspedes, organizou refeições escalonadas e liberou o acesso à piscina apenas com hora marcada.
No grupo de WhatsApp do sindicato, que representa mais de 4 mil estabelecimentos em cinco municípios — Arroio do Sal, Capão da Canoa, Osório, Torres e Tramandaí —, diversos outros empreendedores comemoraram um feriadão de casa cheia dentro das possibilidades. A largada movimentada animou os empresários, que já projetam um verão "igual ou melhor" que o de 2020.
— Pelo que está se apresentando, as pessoas vão curtir muito o verão. Já estamos lotados para o Natal e o Réveillon. Para nós, parece bem claro que o movimento não vai cair — diz Fabiano da Silva Brogni, diretor do Acqua Lokos Parque Hotel, em Capão da Canoa.
Na avaliação de Fabiano, que operou com todas as unidades disponíveis ocupadas, o movimento no Litoral foi mais intenso em comparação ao mesmo período de anos anteriores. Segundo ele, o local já tem reservas para as próximas semanas. Atualmente restrito aos hóspedes, o parque aquático deve reabrir ao público no começo de novembro.
Bares e restaurantes também tiveram de administrar a alta procura no feriadão. Proprietária do restaurante Cantinho do Pescador, em Torres, Rose Meri Mesquita Carneiro conta que o local teve filas de espera para o almoço até as 15h30min desta segunda-feira (12). Se, por um lado, a retomada em meio à pandemia representou um alívio depois de meses sem movimento, ela impôs novos desafios aos comerciantes. Segundo Rose, nem todos os clientes respeitam protocolos como o uso de máscaras.
— Alguns não se cuidam, e a gente tem que ficar controlando. Teve até gente de idade sem máscara. Tenho disponível para o cliente que entra, e peço para usar —diz.