Maitê desmontou do cavalinho do carrossel e já queria ir correndo para o próximo brinquedo — aquele dos aviõezinhos. Guardava no bolso do pai, Emerson Machado, 40 anos, um punhado de fichas para curtir a atração que quisesse.
A menina de cinco anos veio de Campo Bom a Porto Alegre com a família para curtir o Dia das Crianças. Dando o exemplo com sua máscara branca, passou parte da tarde no Parquinho da Redenção, que pôde reabrir no sábado (10), com a nova leva de flexibilizações de atividades, permitidas pela prefeitura da Capital.
Na véspera, a mãe de Maitê fez o dever de casa: perguntou, pelas redes sociais, quais eram as medidas tomadas pelo parque de diversões para evitar a disseminação da covid-19 — que incluem medição de temperatura, álcool-gel na mão dos clientes e parte dos assentos interditada nos brinquedos. A bancária Jaqueline Saldanha, 35 anos, queria que a filha tivesse um Dia das Crianças o mais perto do normal possível, mas com segurança:
— Tem que aproveitar, as crianças estão há tanto tempo confinadas em casa.
Para a proprietária do parquinho, Isabel Ferraz Sokolnik, a autorização para reabrir depois de sete meses veio a calhar no feriadão de Nossa Senhora de Aparecida, em que a criançada acaba virando protagonista. Ela admite que ainda não dá para comparar com o período pré-pandemia, mas considera o movimento bom.
— O melhor é ver que o povo de Porto Alegre ainda não esqueceu da gente — comemorou.
Na Redenção, a cabeleireira Daiana Cristina de Souza via o filho Davi, de cinco anos, gastando toda sua energia na bicicleta do Batman. Veio de Canoas com a comadre e o menino, que fazia sua estreia no Parque Farroupilha. Ele comeu sorvete e ganhou de presente um pequeno cata-vento colorido, que fez girar freneticamente entre os guidões da bike.
— Na pandemia, eles ficam só dentro de casa mexendo no telefone. Então o que eu queria para ele era isso: um dia sem smartphone, para brincar — explicou a mãe.
O sol forte e o calor levaram bastante gente aos parques neste feriado. Além da Redenção, GZH circulou pelo Parque Marinha do Brasil. Desrespeitando as recomendações de autoridades e especialistas, nos playgrounds de ambos, havia mais gente sem máscara do que com, incluindo os adultos.
Adriana Viegas Azzolin, 47 anos, foi com a neta até o Marinha. Eles buscaram um lugar mais distante das aglomerações para sentar na grama.
— Vindo de lá, eu vi que tinha algumas pessoas sem máscara, isso me apavora bastante — disse.
A Guarda Municipal de Porto Alegre afirma que tem realizado patrulhamentos nos parques da cidade, tendo como principal foco a prevenção a aglomerações. Quando necessário, "conversa com as pessoas e solicita que não fiquem muito próximas, que utilizem máscaras e álcool em gel".