Depois de três dias comendo bananas verdes, bebendo água da chuva e receando picadas de cobras venenosas, quatro náufragos foram resgatados no sábado (2) em uma ilha ao largo do litoral de São Paulo.
O barco de pesca em que eles estavam afundou na tarde de quarta-feira (27), depois de ser atingido por duas fortes ondas e de bater em uma pedra. Havia seis pescadores na embarcação. Quatro conseguiram nadar até a Ilha da Queimada Grande, situada a mais de 30 quilômetros da costa e famosa pelas cobras venenosas. Os outros dois pescadores seguem desaparecidos.
Os quatro náufragos foram encontrados por acaso, no sábado à tarde, por um grupo de turistas que praticava mergulho nas imediações. Ao notarem a proximidade do barco, os pescadores começaram a gritar por socorro, desesperados, do alto de um rochedo. Quando o instrutor de mergulho Wanderley Aparecido Justi Junior, 31 anos, aproximou a embarcação da ilha, eles jogaram-se ao mar e nadaram, até ser puxados a bordo.
Identificados como Elenilson da Silva, Ivan da Silva, Manoel Câmara e Iranildo Cardial, os pescadores resgatados haviam saído de Santos no barco Odelmar II, de 24 metros de comprimento e três decks. Eles relataram aos mergulhadores que, no momento do naufrágio, estavam tentando navegar até a ilha (que é de acesso restrito por ser Área de Relevante Interesse Ecológico) para fugir de uma tempestade em formação.
Enquanto tratavam de sobreviver abastecendo-se de um bananal, os náufragos também se revezam na vigia, à procura de algum barco nas proximidades. Depois de serem resgatados, foram levados até Itanhaém e receberam atendimento médico. A Marinha do Brasil informou ter acionado protocolos de Busca e Salvamento (SAR) marítimo para tentar achar os dois pescadores que continuam desaparecidos.