O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, descartou nesta sexta-feira (20) o uso de recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) na manutenção da freeway. Para manter o trecho conservado, o Dnit precisaria de R$ 40 milhões para investir até fevereiro, quando está previsa a conclusão da licitação para conceder o trecho à iniciativa privada. Como não há verba específica para este trabalho, a autarquia precisaria retirar dinheiro já destinado para outras rodovias federais do Rio Grande do Sul.
— Essa hipótese não existe. Não vamos ter a ilusão. Senão nós vamos criar problemas para a nova concessão. A cada dia mais nós temos rodovias concedidas. Olha o que acontece no Estado de São Paulo, Paraná, Mato Grosso. As rodovias federais progressivamente vão sendo transferidas para o setor privado porque o Dnit não dispõe dos recursos orçamentários para fazer essa manutenção.
Na próxima segunda-feira (23), integrantes do governo gaúcho e do Ministério dos Transportes vão discutir a viabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumir a manutenção da freeway. No encontro serão avaliados aspectos econômico-financeiros e técnico-operacionais. Também será feita uma avaliação jurídica.
Eliseu Padilha confirmou que o valor da tarifa de pedágio seria 50% inferior ao praticado pela Triunfo Concepa. A atuarquia ficaria responsável por fazer a administração dos contratos necessários para a realização da manutenção da pista, serviço de guincho e ambulância, recolhimento do lixo, além da cobrança nas praças de pedágio, até que o governo federal conclua a licitação para a concessão do polo que inclui a freeway, a BR-101 (no trecho entre Torres e Osório), a BR-448 (de Sapucaia do Sul a Porto Alegre) e a BR-386 (de Canoas a Carazinho). A previsão da União é de que o contrato possa ser assinado em fevereiro.
O contrato de 21 anos entre Triunfo Concepa e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi encerrado no dia 3. Desde então, a tarifa dos pedágios não é cobrada, os 121 quilômetros do trecho entre Osório e Guaíba não recebem conservação e buracos já podem ser percebidos tanto na freeway quanto na BR-290.