Em boletim divulgado na sexta-feira (29) pelos governo estadual e municipal, Santa Maria chegou a marca de 594 casos confirmados de toxoplasmose. Na atualização anterior, no dia 18 deste mês, o município tinha 569 pessoas diagnosticadas com a doença. Além disso, o boletim traz números ainda mais preocupantes. Há notificação de 1.563 casos do surto. Deste número, 1.291 foram considerados suspeitos e outros 212 ainda precisam passar por classificação.
Ainda conforme o material, elaborado pelo Estado e pela prefeitura, 594 casos foram confirmados por meio da realização de contraprova junto ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Ainda 262 deles foram descartados e outros 435 seguem sendo investigados.
O surto de toxoplasmose foi confirmado em abril deste ano. Até então, as autoridades tratavam os casos que surgiram, no começo do ano, como um surto febril. Após a confirmação de toxoplasmose, a ocorrência aumentou e já é considerada o maior surto já registrado e documentado do mundo.
Nesta semana, em nova coletiva à imprensa, União, Estado e município apontaram a água e hortaliças como "possíveis" origens da doença em Santa Maria. As autoridades descartaram que a propagação da doença pudesse se dar por meio da carne suína e de embutidos. Mesmo assim, afirmaram, na oportunidade, que a investigação terá continuidade por meio da coleta de mais amostras de água e também com a fiscalização na produção e consumo das hortaliças.
No começo deste mês, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) conseguiu, por meio de solicitação a outros Estados, 45 mil medicamentos para aqueles pacientes diagnosticados com toxoplasmose.
Confusão de informações
Há pouco mais de uma semana, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse ao Gaúcha Atualidade que a causa do surto da toxoplasmose era a água. A situação causou um mal-estar junto ao governo do Estado e à prefeitura, que se manifestaram com espanto e indignação, após a declaração do ministro. Na sequência, o ministério recuou e adotou um tom comedido ao dizer que a água seria uma das possibilidades em estudo.
Desde que o surto veio à tona, foram analisadas amostras de água da Estação de Tratamento (ETA) da Corsan, de reservatórios de água nas residências de casos confirmados e no processo de um produtor de hortaliças.
Até o momento, o Laboratório de Saúde Pública e Zoonosoes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, não confirmou a presença do DNA Toxoplasma gondii, que é o protozoário que causa a doença.
Porém, ainda seguem em análise, no Paraná, amostras de água de açudes, de poços artesianos e, inclusive, de vertente e lodo de reservatórios de água dos casos confirmados.