Leila Ghiorzi largou o jornalismo e resolveu se dedicar a ensinar finanças para pessoas que não se relacionam direito com o dinheiro. O diferencial é que optou por ter somente mulheres como alunas e muitas buscam atendimento online.
– Tenho uma militância no feminismo. Ficava incomodada com a dificuldade que as mulheres têm de falar sobre dinheiro e atribuo ao histórico de dependência que têm em relação aos homens. – explica.
Também acredita que as mulheres com conhecimento sobre finanças conseguem propagar mais os benefícios.
– As mulheres pensam mais no coletivo, como comprar um apartamento para os pais ou pagar a faculdade do filho. Entre os homens, percebo mais metas individuais – comenta.
Com a coluna, Leila montou um plano de segurança básico. São quatro itens que as pessoas devem cuidar antes de alçarem voos financeiros mais altos:
1 - Reserva de emergência
Dinheiro guardado para imprevistos, como doença, bater o carro ou demissão. O ideal é que esta reserva cubra de seis a 12 meses de gastos da família para dar tempo de reestruturar-se. As economias podem ser deixadas na poupança, títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, fundo de renda fixa com taxas de administração ideais em torno de 0,5% ou com retorno de mais de 100% do CDI. A sugestão é escolher duas dessas e colocar metade do dinheiro em cada. Diversificar também é reduzir risco.
2 - Aposentadoria
É preciso ter previdência privada mesmo que não seja em um plano tradicional. Leila Ghiorzi busca simplificar indicando a "regra dos 80". Os 80 seriam a expectativa de vida da pessoa. Diminui desse valor, a idade atual. O que sobra é o quanto do dinheiro guardado para a aposentadoria que deve ser aplicado em investimentos de renda variável, ou seja, ações. O restante deve ser colocado na renda fixa. A cada ano, a conta é refeita e a carteira de investimentos é reavaliada, o que é um comportamento financeiro saudável.
3 - Plano de saúde
Essencial, diz Leila. Mesmo que a empresa ofereça, é preciso identificar um plano se saúde adequado. A educadora financeira, por exemplo, tem uma doença autoimune e teve que informá-la por existir antes da contratação do plano. No caso das mulheres, cobertura de parto é importante. A dica é imprimir o contrato e ler com atenção. A maioria dos planos tem uma ouvidoria preparada para negociar.
4 - Seguros
Seguros de vida, de carro e da casa são importantes. Alguns cobrem diagnósticos de doenças específicas de mulheres que não são cobertos por planos de saúde. Há ainda opções que oferecem serviços gratuitos como chaveiro e hidráulico.
Uma nova turma de mentoria online com Leila será iniciada em setembro.
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