Paulo Sant'Ana costumava dizer que às vezes acordava com calafrios ao lembrar a noite em que Julio Iglesias inseriu a língua em sua orelha enquanto cantavam juntos no palco do Beira-Rio, em frente a dezenas de milhares de pessoas. Isso foi em 1988. Vinte anos depois, um novo agrado: nos bastidores do Teatro do Sesi, o cronista elogiou os sapatos do cantor espanhol e ganhou um par de presente, pois ambos calçavam o mesmo número. A surpresa veio quando o próprio galã tratou de amarrar os cadarços do amigo. Em depoimento à reportagem de Zero Hora por telefone, Iglesias prestou sua reverência ao saber da notícia da morte:
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- Adorava Sant'Ana, queria-o muito bem. Tenho a memória de um jornalista simpático, que conheci há mais ou menos 30 anos. Tinha uma grande personalidade. Creio que o vi pela última vez há seis anos. Paulo fumava muito, não? Falo com milhares de jornalistas na minha vida, mas ele é um dos que tenho guardado em minha alma, porque foi um personagem histórico em sua maneira de ser como jornalista.
Foto: Dulce Helfer/Agencia RBS
Alcione também lamentou a morte do colunista
Assim era Sant'Ana: não exatamente uma estrela da música, mas um amigo das estrelas. Era comum que grandes figuras da MPB o encontrassem em suas passagens por Porto Alegre para um carinho e, claro, uma canja. Entre elas, estava Alcione, que lamentou a perda do jornalista.
Foto: Dulce Helfer/Agencia RBS