Devido ao grande volume de processos originados das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reforçar a equipe do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato na Corte. O objetivo é dar mais celeridade à análise do material. Ainda não há detalhes sobre o número de assessores e sobre o início da atuação deles.
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A decisão de aumentar o número de profissionais no gabinete de Fachin foi tomada após uma reunião do ministro com a presidente do STF, Cármen Lúcia. Nesta segunda-feira, eles discutiram a abertura dos 76 inquéritos com base nas delações da Odebrecht, cuja autorização foi expedida por Fachin na semana passada.
Antes das informações relatadas pela Odebrecht, o STF reunia cinco ações penais e 37 inquéritos no âmbito da Lava-Jato. Agora, são 113 inquéritos ligadas ao caso. Ao todo, 195 pessoas são alvo de processos da Lava-Jato na Corte, seja por possuir foro privilegiado ou por suspeita de envolvimento em algum processo envolvendo políticos com essa prerrogativa.
Nos bastidores, o ministro Fachin já externou que não pode se dedicar com exclusividade à Lava-Jato, pois acumula milhares de processos relacionados a outros assuntos. Nos próximos dias, servidores que atuam em outras áreas do STF devem ser deslocados ao gabinete do relator. Até agora, a Corte confirmou que será uma equipe especializada, sem informar outros detalhes.
O incrementa na equipe de Fachin já era defendido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nesta segunda, o presidente da entidade, Claudio Lamachia, protocolou um ofício no STF reivindicando a criação de uma força-tarefa para analisar os processos relacionados à Lava-Jato. No entanto, a iniciativa de Cármen Lúcia não teria sido tomada em razão do pedido.