O perito chefe do Departamento Médico Legal (DML), Airton Kraemer, diz que uma sindicância será aberta a partir de segunda-feira para investigar a troca dos corpos de Laudenir de Oliveira Gomes, 25 anos, e Valdir Dalegrave, 62. Gomes seria velado em Jaquirana e Valdir seria sepultado em Caxias do Sul, neste final de semana. A família de Gomes só percebeu que havia recebido o corpo do idoso, na madrugada deste domingo, depois de sentir um mau cheiro forte e desconfiar da estrutura do caixão, que parecia prestes a romper.
– A princípio o que sabemos é que no momento da entrega é que houve o erro. O corpo que deveria ter ido para Jaquirana acabou ficando aqui, e a funerária levou o corpo errado (de Valdir Dalegrave). O que nós sabemos é que tínhamos os corpos juntos no PML (Posto Médico Legal), mas não foram entregues simultaneamente – explica Airton.
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O idoso seria sepultado na manhã de domingo, porém, a funerária responsável, que só soube da troca dos corpos durante o dia, disse que recebeu a justificativa de um equívoco na assinatura de um médico legista e, então, cancelou o trâmite. O corpo, inclusive, segundo o diretor do Grupo L. Formolo, Mateus Formolo, nem havia sido retirado do DML.
– Nós havíamos marcado de buscar o corpo às 10h30min de domingo. Quando chegamos lá com o caixão, nos informaram que o corpo não seria liberado – conta Formolo, que também frisa que a empresa não se envolveu em nenhum momento com o sepultamento do jovem de Jaquirana.
Em virtude do erro, o DML disponibilizou um veículo para levar o corpo de Gomes para Jaquirana na tarde de domingo. O mesmo veículo transportou Dalegrave para Caxias do Sul. O procedimento comum, segundo o perito, é que os corpos sejam levados pelas funerárias.
À reportagem, a irmã de Gomes Joselaine Borges Padilha da Rosa, 31, disse que o corpo teve que ser higienizado assim que chegou à Jaquirana.
– Recebemos o corpo do Laudenir todo aberto, sem roupas e da mesma forma que foi retirado da lagoa – reclama.
Como o DML não dispõe de caixões, o corpo de Laudenir foi encaminhado em uma bandeja própria para transporte de cadáveres, de acordo com Kraemer.
– Os corpos saem daqui prontos, higienizados. Essa (da falta de higiene do corpo) é outra questão que vamos investigar na sindicância – explica Kraemer.