Com viagem a Brasília prevista para esta terça-feira, o governador José Ivo Sartori baterá o martelo sobre a vinda de técnicos do Ministério da Fazenda ao Rio Grande do Sul ainda nesta semana. A tendência é de que a primeira visita ocorra na próxima quinta-feira, com a chegada de dois servidores federais.
Sartori irá ao Itamaraty a convite do presidente da República, Michel Temer, para participar de almoço com o chefe de Estado da Argentina, Mauricio Macri. Ele quer aproveitar a ocasião para costurar a chegada dos auditores ao Estado para, dessa forma, agilizar as negociações do socorro financeiro da União.
Na prática, o plano de recuperação pode garantir, entre outros benefícios, a suspensão do pagamento da dívida com a União pelos próximos três anos. Só em 2017, isso significaria reduzir o déficit previsto no ano de R$ 3 bilhões para R$ 1,3 bilhão.
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O tema foi abordado em almoço oferecido nesta segunda-feira à bancada federal do PMDB, no Palácio Piratini. Segundo o deputado federal Darcísio Perondi, que participou da reunião, Sartori confirmou ter agendado a vinda dos técnicos para quinta-feira.
– Ele nos disse que pretende acelerar as coisas para resolver as dificuldades financeiras do Estado. Pediu o apoio da bancada – afirmou Perondi.
Assim que desembarcarem em Porto Alegre, os profissionais serão recebidos na Secretaria Estadual da Fazenda para fazer um raio-x completo das contas do Estado. O trabalho incluirá a checagem de uma série de informações já repassadas ao Planalto, a partir de questionário elaborado pelo Ministério da Fazenda, com mais de duas dezenas de perguntas – envolvendo temas como o rombo projetado para os próximos anos, a evolução dos gastos com pessoal e os resultados das medidas de ajuste adotadas por Sartori, entre outros itens.
Outros técnicos são esperados para a outra semana. Nesse caso, eles ficarão responsáveis por avaliar especificamente a situação da Previdência do Estado – que fechou 2016 com déficit de R$ 8,94 bilhões.
Somente depois de concluídos os levantamentos, o plano de recuperação de fato ganhará forma. O Ministério da Fazenda quer se certificar do tamanho do problema financeiro do Rio Grande do Sul para, a partir daí, dosar o auxílio a ser oferecido - e as contrapartidas exigidas.