Há três meses, o aposentado Sebastião de Jesus Silva, 55 anos, aguarda que a Secretaria Estadual da Saúde libere os coquetéis de medicamentos para tratamento da hepatite C.
O morador de Gravataí descobriu a doença há oito meses, após começar a sentir dores nas pernas e passar por dez exames diferentes.
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Mal estar
Sem acreditar na gravidade da situação, Sebastião conta que o médico pediu que ele refizesse a bateria de exames para comprovar a suspeita. O que complicou ainda mais foi descobrir que a doença está avançando para cirrose no fígado e ele, inclusive, corre risco de morrer.
– Eu juntei toda a documentação necessária e levei na Secretaria da Saúde com pedido de urgência e me mandaram esperar em casa, porque ia demorar – queixa-se Sebastião.
A doença
A hepatite C consiste em um vírus transmitido pelo contato com sangue contaminado. A maioria das pessoas não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico.
Os novos antivirais apresentam 98% de chances de cura e aqueles que não são curados apresentam uma melhora e podem ter uma qualidade de vida superior se fizerem o tratamento corretamente.
Sebastião não bebe álcool, o que pode ser um dos motivos para problemas no fígado e conta que, com o desenvolvimento da doença, está impedido de comer vários alimentos, principalmente ácidos.
– Eu sinto dor, passo mal com tudo que como. É uma falta de respeito, estou esperando há meses por um medicamento que foi solicitado em caráter de urgência e do qual minha vida depende – diz ele.
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O coquetel de substâncias que Sebastião precisa custa muito caro e vem dos Estados Unidos, o que o deixa ainda mais preocupado.
– Eu vivo com um salário mínimo, não tenho condições de custear o tratamento – diz ele.
Prazo de até dez dias
A Secretaria Estadual da Saúde informou ontem que o paciente Sebastião de Jesus Silva solicitou os medicamentos na farmácia de medicamentos municipal de Gravataí em julho. O processo, segundo a secretaria, está com na uma consultoria técnica para avaliação, o que deverá ter conclusão em até dez dias.
A SES justifica a demora dizendo que o fornecimento desses medicamentos é feito pelo Ministério da Saúde, que efetua a compra e envia para os estados.