Com a debandada do governo aprovada, os seis ministros do PMDB devem pedir demissão até 12 de abril. Eduardo Braga (Minas e Energia), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil) devem sair até a próxima semana, enquanto Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) são considerados os mais resistentes pela cúpula do partido.
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O prazo extraoficial para as exonerações, que também vale para cargos de segundo e terceiro escalão – seriam 600 –, respeita a data original prevista na convenção nacional do PMDB. No último dia 12, quando Michel Temer foi reeleito presidente do partido, definiu-se que o desembarque seria votado em um mês, decisão antecipada pela pressão de diretórios estaduais. Os ministros gostariam de permanecer na Esplanada até o desfecho do impeachment.
Nesta terça-feira, esperava-se que Mauro Lopes, que tomou posse há duas semanas, entregasse o cargo. Como outros ministros devem protelar o adeus, ele tende a esperar. Eduardo Braga e Helder Barbalho conversaram com dirigentes do PMDB e garantiram que deixarão as pastas, porém pediram alguns dias. Eles querem concluir projetos em discussão. Braga retornará ao Senado e Helder ficará sem cargo público.
O Planalto optou por aguardar os pedidos de demissão, a fim de manter a boa relação com os ministros, que podem se empenhar na tentativa de barrar o impeachment. São os casos de Celso Pansera e Marcelo Castro, que terão de retornar à Câmara, diante da ameaça da abertura de processos de expulsão.
Em um evento em Salvador, Pansera garantiu nesta terça que fica na pasta e no PMDB:
– Me mantenho no cargo de ministro e no partido. Não me parece que tenha algum tipo de sanção estabelecida.
Novata no PMDB, Kátia é vista com um pé fora da legenda. Amiga de Dilma, ela estuda um retorno ao PSD, partido controlado no Tocantins por seu filho, o deputado federal Irajá Abreu, que mira uma candidatura ao governo do Estado em 2018. Em seu perfil no Twitter, a ministra afirmou que "os interesses sempre têm raízes mais profundas do que as convicções".
O Planalto avaliza a migração de Kátia, mas pondera que o PSD, que já controla o Ministério das Cidades, liberou sua bancada na votação do impeachment na Câmara.