Com 2.262 entrevistas feitas durante a manifestação de domingo contra o governo Dilma Rousseff em São Paulo, que reuniu 1,4 milhão de pessoas conforme a polícia e 2,5 milhões segundo os organizadores, o Datafolha apontou dados que mostram a elitização deste público. Conforme o instituto, 77% dos manifestantes possuem Ensino Superior completo, sendo que no comparativo com a capital paulista o mesmo índice é de apenas 28%. Entre os demais manifestantes, 18% informaram ter o Ensino Médio e somente 4% disseram ter estudado até o Ensino Fundamental.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os resultados são praticamente os mesmos dos colhidos nos protestos anteriores. Quanto à renda, 50% dos entrevistados informaram receber de cinco a 20 salários mínimos mensais, sendo que na cidade de São Paulo este mesmo índice é de 23%.
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Além disso, a pesquisa apontou que a maioria dos participantes do ato foi composta por homens (57% contra 43% de mulheres) com mais de 36 anos de idade (73%). Dos manifestantes, 12% relataram ser empresários. Na população total de São Paulo, apenas 2% têm a mesma ocupação. Outro dado do Datafolha é de que 77% dos entrevistados declararam ser de cor branca e 94% disseram não integrar os movimentos responsáveis pela organização do ato.
A avaliação do governo Dilma recebeu 98% de classificações com ruim/péssimo e 79% dos entrevistados afirmaram crer que ela deixará o cargo. Quanto à condução coercitiva do ex-presidente Lula nas investigações da Operação Lava-Jato, 96% dos manifestantes concordaram que o juiz Sergio Moro agiu de forma correta.
A popularidade dos tucanos também foi questionada durante a manifestação. Conforme o instituto, 21% dos entrevistados disseram que o PSDB é seu partido preferido. No ato de 15 de março de 2015, este índice era superior, registrando 37% da preferência. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves participaram do ato durante meia hora e chegaram a ser hostilizados por parte dos manifestantes.
A cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também foi defendida, registrando apoio de 96% dos entrevistados. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas entre 14h e 18h30min de domingo.