A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 15, em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, que o governo "está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país". Ela fez as declarações em breve entrevistas após a cerimônia de entrega do XXVII Prêmio Jovem Cientista - Segurança Alimentar Nutricional.
- O pessoal do quanto pior melhor. Esse pessoal, só eles ganham, a população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem - disse.
No discurso proferido no evento, a presidente já havia dito que o Brasil é muito maior do que os "pessimistas de plantão" querem fazer crer.
- Esse país é muito maior que os pessimistas de plantão querem fazer crer, esse país tem capacidade criativa e, sobretudo, quando estamos juntos somos capazes, sim, de superar desafios e dificuldades. Temos que nos dedicar de corpo e alma a construir a trajetória para o país voltar a crescer.
Aos jornalistas, ela ainda afirmou que o governo vai combater qualquer possível ameaça à democracia, sem entrar em detalhes.
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- O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que estou dizendo. Nós não vamos em momento algum concordar, ou faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam - ressaltou.
A presidente Dilma também disse estar otimista com a superação da crise e que fará os ajustes necessários para seguir em frente.
- Acredito que o Brasil tem todas as condições, e sou extremamente otimista no que se refere à superação das dificuldades que nós temos enfrentado. Sou otimista porque, nesses últimos anos, nós acumulamos um grande arsenal para reagir. O Brasil está passando por alguns problemas, é verdade. Mas ele é mais forte e maior que esses problemas - disse a presidente.
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Dilma citou políticas de agricultura e de inclusão de microempreendedores como exemplos de bases para a recuperação da economia brasileira.
- Temos conquistas que nós não vamos deixar atrás. Nós vamos fazer os nossos ajustes, e vamos seguir em frente.
Nova CPMF
Dilma defendeu a iniciativa do governo de propor a recriação de um tributo nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF), mas disse que a aprovação da medida depende do Congresso Nacional.
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- O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso.
A presidente confirmou que a proposta do governo é que o tributo tenha alíquota de 0,2%, e seja integralmente repassado à Previdência.
- Porque nós sabemos que este período tem uma depressão cíclica na Previdência, sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica", justificou.
- Essas medidas são necessárias, porque nós queremos tomá-las. Elas são necessárias, porque passamos por um momento em que é fundamental que saiamos dessa situação de restrição fiscal o mais rápido possível, para poder voltar a crescer, gerar os empregos necessários para o país.
Segundo Dilma, o anúncio de medidas da reforma administrativa do governo, que prevê o corte de dez dos 39 ministérios, será feito até quarta-feira da semana que vem. Além de reduzir o número de ministérios, Dilma prometeu juntar órgãos federais e cortar cargos comissionados.
*Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo