É cedo para comemorar o sucesso da tática do premier grego, Alexis Tsipras, de renunciar ao cargo a fim de provocar a convocação de nova eleição parlamentar. Concebido como uma espécie de plebiscito no qual os eleitores poderiam chancelar sua decisão de aceitar as duras exigências dos credores da Grécia, o pleito de 20 de setembro não será fácil para Tsipras e seu partido, o Syriza.
Três recentes pesquisas mostram a sigla do premier à frente nas intenções de voto, com 29%, 25,3% e 23% das preferências. Ainda que, em todas, a agremiação supere seu maior rival, Nova Democracia, partido do ex-premier Antonis Samaras, por margens que vão de 3,5 a 1,2 pontos percentuais, esses patamares são bem mais modestos do que os 36% obtidos em janeiro.
Premier grego propõe eleições antecipadas para 20 de setembro
O alto percentual obtido no início deste ano permitiu que Syriza ficasse com 149 das 300 cadeiras do parlamento. A garantia da formação de um governo foi dada pela aliança com os Gregos Independentes, partido nacionalista de direita originado de um racha de Nova Democracia por discordar do Memorando de Entendimento com os credores.
Na reviravolta de julho, os Gregos Independentes apoiaram o pacote negociado entre Tsipras e os credores. Segundo as mesmas três pesquisas divulgadas recentemente, o partido ficará fora do próximo parlamento.
Tsipras é o político mais popular, com 41% de aprovação. Levantamento da Universidade da Macedônia mostra, porém, que 61,5% dos entrevistados criticam o premier pelo acordo da dívida. Por outro lado, a atitude política que obtém mais simpatia é a permanência da Grécia na zona do euro: 68% defendem essa posição. Tudo isso sugere que, na campanha, Syriza e Nova Democracia disputarão para saber quem é mais pró-euro.
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