Depois de um longo debate, que avançou pela madrugada, o Parlamento grego aprovou, com o apoio de 250 dos 300 parlamentares, o programa de reformas apresentado na quinta-feira por Atenas aos credores internacionais na tentativa de garantir um acordo sobre a dívida do país.
A votação histórica começou à meia-noite, no horário local. Na abertura dos trabalhos, o primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu apoio dos parlamentares para evitar a saída do país da zona do euro.
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- Estamos lutando pelo direito do povo grego. Tenho certeza que essa batalha não será em vão - enfatizou.
Do lado de fora do Parlamento manifestantes expressaram sua indignação com o pacote de medidas, que mantém boa parte das demandas dos credores internacionais rejeitadas por 61% da população no plebiscito do último domingo.
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Na proposta, a Grécia pede ajuda financeira no valor de 53 bilhões de euros até 2018, além da reconfiguração de sua dívida e da revisão das metas do superávit primário, que estabelece quanto o governo pode gastar em relação ao que arrecada. Em troca, Atenas promete 13 bilhões de euros em cortes nos gastos públicos, além de uma série de reformas que incluem pontos antes considerados polêmicos, como o fim da isenção de impostos sobre as ilhas gregas, o corte do complemento de aposentadorias para pensionistas mais pobres e a ampliação para 67 anos da idade de aposentadoria.
A aprovação do Parlamento grego garante mais credibilidade ao programa de reformas, que será analisado neste sábado pelos ministros de Finanças dos países da zona do euro. As conclusões desta reunião serão fundamentais para a decisão que será tomada no domingo, em um encontro de emergência entre os chefes de governo de todos os países-membros da União Europeia.
*Agência Brasil