Mandatários dos três países envolvidos na queda do Airbus A320 da Germanwings, que partiu de Barcelona rumo a Düsseldorf, caindo nos alpes franceses, manifestaram luto e formaram uma força tarefa para investigar o desastre, o mais mortal em terras francesas desde 1981.
O secretário de Estado dos Transportes de França, Alain Vidalies, declarou que não há sobreviventes entre os ocupantes do avião. A maior parte dos passageiros seriam cidadãos alemães que regressavam à Alemanha, segundo trabalhadores da Swissport, a empresa que trabalha para a companhia.
De acordo com o presidente francês, François Hollande, não haveria vítimas francesas. O ministro do interior da França, Bernard Cazeneuve, foi enviado para o local do acidente, que está a uma altitude de 2 mil metros.
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- Esperamos que não haja outras consequências do acidente - disse o presidente, na esperança de que o avião não tenha atingido casas, já que se trata de uma região de difícil acesso.
Veja a rota que fazia o avião e onde aconteceu o acidente:
Felipe VI desiste de visita de Estado e volta à Espanha
Deveria ser a primeira visita de Estado de seu reinado, mas Felipe VI, da Espanha, não permanecerá na França para receber as honras. O soberano chegou a Paris, mas anunciou que, por conta das circunstâncias, cancelará sua ausência de três dias e voltará tão logo for possível, junto com a esposa Letizia, a seu país.
- Depois de conversar com o presidente François Hollande e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, decidimos anular esta viagem - declarou Felipe VI, em coletiva no Palácio do Eliseu - Esperamos encontrar uma data posterior para fazer essa visita que estávamos tão ansiosos em realizar.
- Desejamos expressar nossas condolências às famílias que perderam seus entes queridos hoje - afirmou Felipe.
A visita do monarca espanhol marcaria a inauguração de uma exposição do pintor Diego Velázquez no Grand Palais, com um jantar de gala no Palácio do Eliseu e um discurso na quarta-feira ante a Assembleia Nacional.
O governo espanhol criou um gabinete de crise na sequência do desastre aéreo. A porta-voz do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaria, informou que na lista dos passageiros estão 45 pessoas com sobrenomes espanhóis.
Alemanha cria centro de crise
Na Alemanha, o ministério do Interior criou um centro de crise para investigar a queda do avião. A chanceler Angela Merkel visitará o local do acidente na quarta-feira. Lá, ela se reunirá com Hannelore Kraft, ministra-presidente da Renânia do Norte-Vestfália, Estado-região da qual Düsseldorf é a capital. Merkel fez uma rápida declaração afirmando seu "choque" com a queda do Airbus e garantindo a criação imediata de uma célula interministerial para a investigação do acidente, mas frisou que é importante confortar as famílias:
- Gostaria de dizer que precisamos pensar nas vítimas, nas famílias, e que todo o governo está solidário e pesaroso.
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O presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, manifestou na sua conta no Twitter "profunda compaixão" para com as famílias dos passageiros e tripulantes. Em entrevista coletiva, o presidente da Germanwings, Thomas Winkelmann, se comprometeu com o bem-estar dos parentes e com uma investigação profunda das causas do desastre.
A queda do voo da Germanwings é a mais mortífera em território francês desde 1981, quando 180 pessoas morreram em um acidente com um DC-9-81 no monte San Pietro, próximo a Ajaccio, na Córsega.