A qualidade dos aeroportos está melhor, mesmo com mais brasileiros viajando de avião. A constatação está na pesquisa de satisfação do passageiro, realizada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) nos 15 principais aeroportos, responsáveis por 95% da movimentação do país.
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O aeroporto Salgado Filho obteve a quinta melhor nota de satisfação geral dos usuários. Subiu de 3,86 no último trimestre de 2013 - em uma escala em que a nota máxima é 5 - para 4,16 no mesmo período do ano passado. O terminal teve a melhor avaliação do país na categoria limpeza geral.
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O levantamento reuniu as opiniões de 12.992 passageiros de voos domésticos e internacionais sobre 48 aspectos, como o tempo de espera no check-in, a oferta de transporte público, restituição de bagagem, entre outros.
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Viracopos, em Campinas (SP) alcançou a média de 4,29, a maior entre os avaliados. Entre os 15, seis são concedidos à administração privada (Viracopos, Brasília, Galeão, Guarulhos, Confins e Natal) e nove são administrados pela Infraero (Porto Alegre, Congonhas, Fortaleza, Santos Dumont, Recife, Curitiba, Manaus e Cuiabá).
A evolução da média geral de satisfação do passageiro em todos os aeroportos, passou de 3,84 no primeiro trimestre de 2013, período da primeira avaliação, para 3,94, nesta última pesquisa. Além disso, oito dos 15 aeroportos avaliados alcançaram médias acima de 4. Na primeira pesquisa realizada, em 2013, apenas quatro obtiveram esse desempenho.
Os resultados melhores, segundo a SAC, foram motivados, principalmente, pela ampliação de investimentos e obras, melhora na gestão e na governança.
- Antigamente, os aeroportos eram muito apertados e a demanda era grande, o que causava uma situação de desconforto. Faltavam pátios para pernoitar e posicionar as aeronaves, por exemplo. Foram feitos investimentos na criação de pátios em vários terminais, o que serviu para melhorar a oferta de serviços - explica Paulo Henrique Possas, diretor de Gestão Aeroportuária da Secretaria de Aviação Civil.
Crescimento da aviação doméstica desacelerou em 2014
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou um balanço da aviação civil em 2014, que apresentou desaceleração na demanda pelo transporte aéreo doméstico. No ano passado, 101 milhões de pessoas viajaram de avião. O crescimento da demanda foi de 5,7%, enquanto em 2013 a expansão foi de 6,5% e, em 2012, a taxa era de 7%. Como a oferta de vôos ficou praticamente estagnada, com alta de apenas 0,81%, houve aumento na ocupação das aeronaves - o ano terminou com uma média de 80%.
As explicações da associação dão conta de que a Copa do Mundo e as eleições impactaram muito as viagens corporativas. Para 2015, o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, projetou manter o crescimento do ano passado, apostando no processo de concessão dos aeroportos e na implementação do programa de aviação regional - além de uma possível retomada das viagens de negócios.
Sanovicz também comentou as tratativas com os aeronautas. Disse que, em março, as negociações com a categoria serão retomadas. Entre os principais assuntos estão a discussão sobre o conceito de madrugada, reserva, sobreaviso, entre outros -uma das demandas dos trabalhadores. A esperança é ter esses temas pactuados até o final de maio.
- Estes ajustes terão impacto direto nos custos das passagens. Os gastos com pessoal representam cerca de 15% do custo dos bilhetes - afirmou Sanovicz.