A chegada de um grupo de 25 homens de Gana, na África, a Caxias do Sul na quarta-feira (2) pegou de surpresa a equipe que trabalha no Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul, no bairro Desvio Rizzo. A maior parte deles passou a noite no Centro Diocesano de Pastoral. Dois ficaram na Casa de Acolhimento Institucional Carlos Miguel dos Santos, o albergue municipal.
Conforme a presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Marlês Andrezza, a prefeitura não consegue atender a essa alta demanda de estrangeiros que chegam à cidade. Segundo Marlês, as duas vagas no albergue foram as únicas que puderam ser oferecidas. Ela afirma que, para ajudar, a prefeitura fornece roupas e alimentos.
Em setembro do ano passado, a Diocese de Caxias devolveu à imobiliária uma casa que alugava para abrigar senegaleses. O contrato era de um ano e e havia encerrado.
A responsável pelo Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias, ligado à Igreja Católica, irmão Maria do Carmo Gonçalves, afirma que o grupo não informou a chegada. Eles também não falam português, apenas inglês. Na manhã desta quinta-feira (3), o grupo esteve na delegacia da Polícia Federal da cidade para retirar o protocolo de solicitação de refúgio. Com esse protocolo, eles podem tirar o CPF e fazer a carteira de trabalho.
As dificuldades econômicas são o motivo para deixar o país de origem. O ganês Abdul Wahab Adam, 40 anos, afirma que o grupo chegou ao Brasil por São Paulo há 12 dias. Depois de passar por Santa Catarina, segundo ele, a turismo, vieram para Caxias.
"A cidade é muito legal e as pessoas são amáveis porque nos receberam. Nós chegamos em São Paulo. Depois, fomos à Santa Catarina a turismo e viemos para cá", diz Abdul, que tem esposa e três filhos em Gana.
Segundo a irmã Maria do Carmo, esse é o primeiro grande grupo de ganeses que chega à cidade. Haitianos e senegaleses têm chegado a Caxias. Os senegaleses, inclusive, já formaram uma associação que já conta com 1,2 pessoas.