O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, afirmou neste sábado (1º) que irá atender a determinação da Justiça e lançar em 30 dias o edital para concessão ou permissão do serviço de transporte coletivo da cidade. A prefeitura foi notificada na sexta-feira (31), o que confere prazo até 5 de marco para o lançamento. Fortunati - que anunciou neste sábado a liberação de vans escolares para o transporte público enquanto durar a greve dos rodoviários - não deu detalhes sobre o edital.
"Temos uma decisão tomada pelo Poder Judiciário e vamos cumprir", respondeu de forma breve o prefeito, ao ser questionado sobre o tema.
Fortunati também disse que irá pedir na segunda-feira uma nova mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tratar do impasse entre rodoviários e empresas de ônibus. O prefeito voltou ainda a descartar a possibilidade de a prefeitura garantir o passe livre nos ônibus enquanto durar a paralisação.
"Eu cumpro o passe livre de acordo com a lei. Fora disso, há um custo de R$ 2 milhões por dia para manutenção da frota. Se houver acordo entre patrões e empregados, a prefeitura aceitará. O que não pode acontecer é imputar a prefeitura que tire R$ 2 milhões da saúde ou da educação para bancar passe livre", afirmou.
Neste sábado, a greve dos rodoviários entrou no sexto dia. As empresas VAP e Estoril (do consórcio Unibus) e Navegantes (Conorte) chegaram a colocar alguns ônibus em circulação. No entanto, a frota foi recolhida após o apedrejamento de ônibus da VAP.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início na segunda-feira (27) com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota deveria circular nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No fim da tarde de ontem, a categoria decidiu, em nova assembleia,manter a paralisação geral.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a mobilização é necessária para pressionar as empresas de ônibus a aumentar a proposta de reajuste salarial. A categoria cobra aumento de 14%, mas os empresários se limitam a oferecer a reposição da inflação, de 5% a 6%.