A febre do stand up paddle chegou ao Rio Mampituba neste veraneio. Quem prefere esportes radicais, porém, pode voar de parapente do alto do Morro do Farol. Mas para quem não consegue ficar longe do mar, surfar é sempre uma boa opção para curtir o litoral gaúcho sem ficar parado.
De principiantes a recordistas internacionais, Zero Hora encontrou quem aproveita o verão para fazer atividades físicas em contato com a natureza - e ainda se refrescar.
Em Torres, voo no Morro do Farol
Dois anos atrás, durante as férias em Torres, Sanderson Laurido (acima), 28 anos, resolveu subir o Morro do Farol e fazer um salto de parapente. Gostou tanto da experiência que trocou Curitiba pela praia do litoral gaúcho, para poder se dedicar ao esporte.
Dois anos após a mudança, ele é recordista sul-americano. Voou mais alto do que qualquer piloto no continente: 5,5 mil metros, ali mesmo, no céu de Torres.
- Depois que você voa uma vez, não quer mais parar - diz o rapaz, antes de ligar o motor do parapente para ir até a Ilha dos Lobos, no meio do oceano.
Quem fica no morro, observa Sanderson dando rasantes próximos à ilha, gravando em vídeo o que vê do alto.
As gravações fazem parte do pacote oferecido por instrutores. São R$ 250 para levar um vídeo em HD. Sem o vídeo, os 15 minutos saem por R$ 200.
Surfe nas ondas do "Diamante Negro"
Sabe aquela máxima do copo meio cheio ou meio vazio, reflexo do ponto de vista de quem avalia? Pois é... Para muita gente, o mar do Rio Grande do Sul é o "chocolatão". Mas o empresário Álvaro de Bortoli, 51 anos, prefere chamá-lo de "Diamante Negro".
No inverno ou no verão, Álvaro passa o fim de semana com a família em Remanso, em busca das melhores ondas. Os filhos, João Pedro, 18 anos, e Mariana, 16, o acompanham desde cedo.
- Lá em casa, eles (filhos) aprendem a surfar antes de nadar - afirma.
Hoje, mesmo crescidos e com domínio do equipamento, nunca entram sozinhos na água. É o primeiro mandamento para quem surfa: nunca ficar sozinho no mar e sempre respeitar o "Diamante".
Mariana começou a surfar aos quatro anos. João Pedro (à esquerda) começou antes, aos três anos.
Stand up paddle no Mampituba
No rio que marca o limite entre o litoral gaúcho e o catarinense, a professora argentina Mayka de la Vega, 38 anos, conheceu um novo esporte. O stand up paddle se popularizou no Brasil ao longo do ano, mas no país vizinho ainda não faz muito sucesso.
Sem intimidade alguma com pranchas e remos, Mayka vestiu o colete salva-vidas e foi até a margem do Mampituba para matar a curiosidade. O instrutor Romualdo Carneiro explicou a lógica das remadas - um pouco para cada lado - e sugeriu que ela começasse ajoelhada sobre a prancha, até ganhar confiança. Bastaram alguns instantes para que Mayka decidisse ficar em pé para costear a vegetação ribeirinha que forma pequenas ilhas no curso do rio.
- Em 10 minutos, eu já perdi o medo de cair. Depois, achei muito divertido. Adorei ver os caranguejinhos na água - diz a professora.
O contato com a natureza que o stand up paddle proporciona também é exaltado pela guia de turismo Paula Fontella, 34 anos:
- A melhor parte é a contemplação. A gente até esquece que está fazendo um esforço físico - diz.
A ideia de trazer o stand up paddle para Torres foi do guia turístico Francisco Reis (de chapéu, na foto). Praticante de surfe, ele percebeu que outra prancha estava fazendo sucesso pelo Brasil e resolveu introduzir a atividade no litoral gaúcho. Além do Rio Mampituba, a partir de janeiro, também será possível remar na Lagoa do Violão, na região central de Torres.
- O stand up é uma atividade democrática. Pode ser praticado dos oito aos 80. Todo mundo sai realizado quando consegue subir na prancha, ainda mais com este visual - destaca Francisco.
De acordo com o instrutor Romualdo Carneiro, no stand up é possível queimar cerca de 400 calorias por hora de prática, sem contar o fortalecimento de pernas, braços e abdômen, músculos exigidos para manter o equilíbrio durante a remada.
Para comprar um kit, com prancha e remo apropriados, é preciso desembolsar de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Mas ali, do outro lado da ponte sobre o Rio Mampituba, já em Passo de Torres, há equipamentos e instrutores à disposição das 10h às 20h, por R$ 40 a hora.