Se a estratégia colorada era jogar no Elías Aguirre apegando-se às táticas de times de futsal, pode-se dizer que o time de Dorival Júnior nunca viu uma partida de futebol de salão. Irreconhecível em campo, o Inter perdeu por 1 a 0 para o já desclassificado Juan Aurich e se garantiu na próxima fase da Libertadores da América como segundo colocado do grupo 1 - contando com a vitória salvadora do Santos de Neymar sobre o The Strongest. Na próxima fase, um velho conhecido: Abel Braga e seu Fluminense.
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Wianey Carlet: Derrota merecida. Com esse futebol, o Inter cai fora em seguida
Primeiro tempo
O Inter encontrou dificuldades em tocar a bola no gramado do Elías Aguirre. Apostava nos lançamentos longos, nas bolas por cima e nas jogadas individuais. Em nada parecia aquele Inter que disse ao longo de toda a semana que iria tocar a bola curta, trocar passes para valorizar a posse de bola. Que não iria se afobar...
Esqueça tudo isso. Sandro Silva não jogava bem. D'Alessandro e Tinga até faziam boas jogadas individuais, mas era só. Dátolo, para não dizer que pouco fez, sofreu apenas uma falta como contribuição ao grupo. Damião, então, mal tocou na bola. Ou seja: o Inter estava irreconhecível.
Conhecida foi a falha na bola área de Bolívar no cruzamento para o gol do Juan Aurich. Na bola que veio pela direita, o camisa 2 do Inter subiu e errou o tempo da bola. Tejada, como não tinha nada a ver com a falha de Bolívar, cabeceou fácil para o gol de Muriel. Era tudo o que o time de Dorival Júnior não queria: se o gramado e o vento e todos os problemas de Chiclayo eram alertados pelo técnico colorado, imagine com o placar desfavorável.
Jajá dá nova cara ao Inter
O segundo tempo mostrou um Inter diferente. Com Jajá na vaga de Gilberto, Damião passou a atuar mais centralizado e os três meias do Inter - D'Alessandro, Dátolo e Jajá - mais a chegada de Tinga por trás fizeram o Juan Aurich recuar. Claro que a vantagem no placar era definitiva para a postura dos peruanos, mas a troca promovida por Dorival surtiu efeito. O grupo voltou melhor do vestiário.
Aos sete minutos, D'Alessandro chutou rasteiro, firme, quase empata para o Inter. Dois minutos depois, Jajá lançou Kleber pela esquerda. O lateral cruzou e encontrou D'Alessandro, mas na hora do chute a bola bateu na zaga do Juan Aurich. Aos 12, outra chance perdida em uma falta. Jajá bateu, mas Penny defende no meio do gol.
O Juan Aurich se fechou. Esperava o Inter e apostava nos contragolpes. Zúñiga fez a festa entrando a dribles na área colorada. Passou por Nei, Bolívar e depois por Índio como se estivesse jogando nos gramados sintéticos dos peladeiros da Capital. Quase marcou o segundo gol do Juan Aurich.
Precisando de um gol, Dorival foi para o tudo ou nada e apostou novamente em dois centroavantes. Retirou Dátolo, de fraca atuação, e pôs Jô em campo. O meio voltava a ter três meias - D'Alessandro, Jajá e Tinga - tendo de pifar Jô e Damião. Mas as substituições não surtiram efeito.
Mesmo com a derrota no Elías Aguirre, o Inter se classifica para a próxima fase da Libertadores. É o pior segundo colocado entre os que passaram de fase. Enfrenta agora o Fluminense de Abel, Edinho e Rafael Sobis. Para chegar ao terceiro título da Libertadores, terá de enfrentar os ídolos da América. E jogar mais que nesta noite. Muito mais.
Libertadores - 6ª rodada - 19/4/2012
Local: Estádio Elías Aguirre, Chiclayo, Peru
JUAN AURICH
Penny; Minaya, Guadalupe, Fleitas e Quina; Rojas, Molina (Valencia), Cueto e Chiroque; Zúñiga (Kahn) e Tejada. Técnico: Diego Umaña
INTER
Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro Silva, Tinga (João Paulo), D'Alessandro e Dátolo; Gilberto (Jajá) e Leandro Damião. Técnico: Dorival Júnior
Gols: Tejada, aos 14 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Molina, Rojas, Penny (JA), Tinga, D'Alessandro (I)
Arbitragem: Marlon Escalante, auxiliado por Jorge Urrego e Elbis Gomez (trio Fifa da Venezuela). Estádio: Elías Aguirre, em Chiclayo, no Peru.
Renda e público: não divulgados.