A adaptação a uma nova rotina durante o período de isolamento social da médica veterinária Camila Carneiro Monteiro, 31 anos, moradora de Porto Alegre, transformou temporariamente também a vida de Lola, a scottish terrier de 9 anos que vive com Camila.
O anúncio da pandemia de coronavírus, feito no começo de março pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e a determinação de quarentena na Capital, levaram a médica a não sair mais com a cadela para passeios na rua. A decisão, porém, precisou ser alterada dias depois.
— Notei que, mesmo estando mais tempo em casa e dando mais atenção à ela com brincadeiras e distrações, ela estava ficando um pouco inquieta e resolvi retornar aos passeios, com menor frequência — recorda.
Antes da quarentena, as caminhadas com a dona eram diárias e duravam até uma hora. Eventualmente, ocorriam voltas mais longas nos cachorródromos dos parques. Lola também era levada a casa de parentes de Camila, onde havia pátio para brincar. As saídas, porém, mudaram por completo nas duas semanas mais recentes.
— Estou saindo com a Lola dia sim, dia não, em um passeio único com duração de mais ou menos 40 minutos pelo bairro, evitando parques e praças. Saio nos horários em que tem menos gente na rua, bem cedo da manhã ou à noite — conta.
Para evitar contato com outras pessoas ao sair de casa, Camila mantêm distância dos outros pedestres na rua, toca no mínimo de coisas possíveis, inclusive maçaneta e corrimão do prédio, e não utiliza o elevador. Na volta, tira a coleira de Lola e passa um pano nas patas da cachorrinha. A médica veterinária reconhece que ficar mais tempo em casa — e, consequentemente, com Lola — tem sido uma boa experiência.
Segundo a coordenadora de Saúde Animal da Unidade de Saúde Animal Victória (Usav), a médica veterinária Brunna Barni, apesar da quarentena, não se deve alterar a rotina dos pets. O importante, recomenda, é deixar o animal ativo mesmo dentro de casa.
Confira dicas
- Se o pet não consegue fazer as necessidades dentro de casa, o passeio precisa ser o mais rápido possível apenas para esta função.
- Se o pet está acostumado a fazer sobre um tapete higiênico ou numa caixa, o ideal é não sair de casa em hipótese alguma, segundo as informações dos gestores públicos.
- No retorno, é importante que se higienize as patas do pet com álcool-gel, álcool 70%, água e sabão ou o próprio shampoo do banho dele.
- Faça a higienização logo na entrada da casa.
- Não é recomendável a alteração na alimentação do pet. Mesmo que ele ganhe um ou dois quilos nos próximos dois meses, por sair menos de casa, não é hora de se preocupar.
- A interação mais intensa entre o dono e o animal, durante a quarentena, ajuda a reduzir a possibilidade de ansiedade de ambos.
- A recomendação atual do Conselho Federal de Medicina Veterinária é levar o animal ao veterinário, neste período de quarentena, só em casos de urgência. Ligue antes para a clínica.
- Devem ser evitados, neste momento, todos os procedimentos que são por agendamento - vacinação, consulta por problema de pele, banho e tosa ou cirurgia.
- Para animar as atividades dentro de casa, além de utilizar os brinquedos que os pets estão acostumados, é possível usar garrafas de plástico vazias ou com algo dentro para eles morderem ou ficarem balançando. Podem ser usados ainda petiscos indicados para o tamanho e a espécie. Brincar de pedir para sentar ou deitar ou de se esconder também podem ser feitas dentro de casa. É para entreter o animal e deixá-lo mais ativo.
- O banho do pet em casa é fundamental, sempre com água morna. Se possível, leve o animal para o box do banheiro.
- Depois do banho, é preciso secá-lo e escová-lo. O banho é recomendado com a mesma periodicidade que ele tomava antes da quarentena. É preciso manter a regularidade. Deve-se utilizar apenas os produtos recomendados para a espécie. Se não for possível usar o mesmo produto usado na pet, focar em produtos neutros - sem cheiros - para evitar alergias.