Febre no Brasil, o beach tennis está no páreo para ingressar no programa olímpico a partir dos Jogos de Brisbane, na Austrália, em 2032. A modalidade já atende aos requisitos mínimos exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e aguarda para meados de 2026 uma indicação do Comitê Olímpico Australiano.
Em entrevista ao podcast Saque na Cinco, de Zero Hora, o coordenador nacional de beach tennis da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jeferson Pinto, demonstrou otimismo em relação à entrada da modalidade nas Olimpíadas:
— O beach tennis já atende a todos os pré-requisitos. O COI determina quatro critérios iniciais para cada esporte concorrer a uma vaga no programa olímpico: ser regido por uma federação internacional, estar de acordo com o Código Antidopagem, estar de acordo com a Carta Olímpica e estar presente em todos os continentes, sendo praticado em, no mínimo, 75 países em quatro continentes no masculino e em 40 países e três continentes no feminino. O beach tenns atende a todos e tem tudo para brigar por essa vaga em 2032 — afirmou.
Ter gabaritado nos requisitos iniciais do COI, entretanto, ainda não garante a presença do beach tennis em Brisbane. Segundo Jeferson, a modalidade precisa conquistar uma indicação do Comitê Olímpico Australiano para ser uma das atrações estreantes no Jogos de 2032.
— A Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) vem fazendo um trabalho muito forte na região da Oceania, onde o beach tênis vem crescendo muito. Esperamos que a Federação Australiana de Tênis e o Comitê Olímico Australiano enxerguem este crescimento e indiquem o beach tennis para figurar nas Olimpíadas de Brisbane em 2032 — explica.
Caso o beach tennis seja aprovado como esporte olímpico, a tendência é de que a disputa ocorra nos moldes dos Jogos Mundiais de Praia, realizados pela última vez em 2019, no Catar, com três categorias em disputa: duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas. Neste caso, como ocorre no vôlei de praia, cada país poderia indicar duas duplas, o que renderia, por exemplo, na melhor das hipóteses, seis possibilidades de medalhas para o Brasil.
Um desafio para o beach tennis ao longo do próximo ciclo será qualificar a modalidade ao redor do mundo, hoje, dominada por Brasil e Itália, que disputaram as finais das útimas três Copas do Mundo.
— Hoje, Brasil e Itália dominam o cenário do beach tennis, com França, Espanha e Rússia correndo por fora. Mas a modalidade já está nos seis continentes e sendo praticado em 78 nações. É um esporte popular e o que mais cresce no mundo. E tem muitos países trabalhando forte na América do Norte e na África. E, além disso, o beach tennis está se tornando popular na Austrália, com a presença lá de muitos atletas do Japão e da Indonésia. Essa diversidade nos torneios da Austrália ajuda bastante, pois o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Olímpico Australiano estão percebendo este crescimento, sobretudo na região de Brisbane e de Gold Coast, o que aumenta as chances (de o beach tennis conquistar uma vaga no programa olímíco) — projeta Jeferson.
Segundo o dirigente da CBT, a expectativa é de que o Comitê Olímpico Internacional anuncie os novos esportes para as Olimpíadas 2032 em meados de 2026 ou, na pior das hipóteses, em 2027, ainda antes da edição de Los Angeles, marcada para 2028.