Quem quiser ir a Paris para os Jogos Olímpicos de 2024 deve ter o bolso reforçado. As competições ocorrerão entre os dias 24 de julho e 11 de agosto deste ano, durante o verão europeu, já caracterizado pela alta procura dos turistas.
Conforme levantamento feito em janeiro por Zero Hora em três sites de agências de viagens, pacotes para a capital da França com saída de Porto Alegre no dia 23 de julho — um dia antes dos jogos — e retorno do dia 12 — um dia depois — não baixam de R$ 43 mil, com passagens aéreas e hospedagem para uma pessoa.
Contudo, há como organizar opções mais baratas, com estadia em pousadas ou com aluguel por aplicativos. Além disso, é preciso somar o valor dos ingressos às competições, que variam entre 24 euros (R$ 128,85) e 2,7 mil euros (R$ 14,4 mil) e podem ser adquiridos no site tickets.paris2024.org.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Rio Grande do Sul (Sindetur RS), Danilo Martins, viajar para a França no período das Olimpíadas fica em torno de 20% a 30% mais caro do que em anos "comuns". O jeito é criar alternativas para encontrar rotas mais em conta. Uma das sugeridas por Martins é viajar de aviação até cidades como Lisboa e Amsterdã e ir por terra até Paris. Esse tipo de caminho abre um leque maior de voos e locais de hospedagens.
Apesar de reconhecer que há demanda para as Olimpíadas e de que as agências ainda devem intensificar a divulgação de pacotes específicos para os Jogos, o presidente do Sindetur RS não está muito otimista com as vendas. Ele afirma que o turismo internacional não passa por um bom momento desde a pandemia.
— As passagens aéreas tiveram um ajuste depois da pandemia. Os preços foram ficando mais caros. A outra dificuldade é a oferta de lugares, de assentos, que está menor do que antes da pandemia. Teve uma série de cancelamos de voos, crises nas companhias. Para onde tinha três ou quatro voos por dia, hoje tem dois. A hotelaria na Europa se mantém no mesmo preço, mas o hotel mais barato deles custa 100 euros a diária (R$ 536,83). A alimentação também é cara, a não ser que o turista vá onde a população local se alimenta — explica.
Mesmo assim, Martins acredita que há uma faixa de público que deseja ir às Olimpíadas e que, por terem alto poder aquisitivo, não vão mudar os planos por conta do custo. Os próprios familiares dos competidores estão nesse grupo. A questão é saber se esse público é grande o bastante para empolgar as agências.
A tendência é de que os pacotes oferecidos não contemplem os ingressos, visto que, historicamente, as operadoras de turismo têm dificuldade de acessar os tickets para o evento. A cerimônia oficial de abertura das Olimpíadas será em 26 de julho.