Em sua luta mais disputada nas Olimpíadas de Tóquio, Bia Ferreira encarou a finlandesa Mira Potkonen nesta quinta-feira (5) e conquistou uma vitória segura chegando à final da categoria peso leve (até 60 quilos). Mesmo enfrentando uma adversária mais perigosa, que foi medalhista de bronze nas Olimpíadas do Rio 2016, Bia foi superior durante todo o combate e venceu os três rounds conforme a decisão dos árbitros.
Dessa forma, a brasileira fez história e vai disputar o ouro neste domingo (8), às 2h (pelo horário de Brasília), contra a irlandesa Kellie Anne Harrington.
— Eu quero a dourada e eu vou até o fim. Eu sou capaz, consegui, acreditei e tive as melhores pessoas do meu lado para chegar até aqui. Agra vamos subir no pódio. Vamos ficar no lugar mais alto e escutar o nosso hino — prometeu Bia ao fim da luta à reportagem da TV Globo.
Apesar de um início equilibrado e de trocação franca, os golpes da brasileira encaixavam nitidamente com mais força e na parte frontal da cabeça da finlandesa. Bia impôs o seu ritmo à luta e foi deixando a sua adversária cada vez mais acuada. Os árbitros reconheceram a melhor performance da brasileira e a declaram vencedora do primeiro round por 10 a 9 de forma unânime.
No segundo assalto, a brasileira atacou com ainda mais força e chegou a desequilibrar sua adversária por três vezes, mas o combate não foi encerrado pelo juiz do ringue. Mesmo sentindo a mão pesada da brasileira, Potkonen resistiu e tentou e buscou acertar seus golpes e chegou a convencer um dos cinco árbitros que merecia a vitória no round. No entanto, os outros quatro entenderam que Bia venceu o round por 10 a 9.
Mesmo com a vitória encaminhada, Bia não aliviou e manteve a pressão sobre sua oponente no último round. A finlandesa por sua vez, necessitando de nocaute, parecia apenas tentar resistir até o gongo soar. A brasileira novamente dominou a luta conforme o entendimento dos juízes que a declararam vencedora de forma unânime.
Campanha
Por ser a campeã mundial da categoria peso leve em 2019, Bia chegou a Tóquio como cabeça de chave e estreou já nas oitavas de final, chaveamento em que enfrentou Shih-Yi Wu, da Tailândia e venceu com muita superioridade. Nas quartas, já valendo medalha pois no boxe não há disputa pela terceira colocação, a brasileira venceu, novamente sem sustos, a atleta do Uzbequistão Raykhona Kodirova.
Bia chegou a Tóquio como uma das principais esperanças de ouro para o Brasil. Além da conquista do mundial, e sua carreira, a brasileira foi medalhista em 24 das 25 competições que disputou.