O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou nesta quinta-feira (9) um comunicado detalhando que os tipos de protestos não serão permitidos aos atletas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O evento vai acontecer entre 24 de julho e 9 de agosto.
O texto foi desenvolvido pela comissão de atletas da entidade. Estarão vetados mostrar qualquer tipo de mensagem que possa ser interpretada como política, como cartazes ou pulseiras; fazer gestos de natureza não esportiva, como sinal com as mãos ou se ajoelhar e se recusar a seguir os protocolos das cerimônias.
Na semana passada, o presidente do COI, Thomas Bach, já havia adiantado que as autoridades não permitiriam manifestações políticas.
"Há a necessidade de respeitar os outros atletas e seus momentos de glória e não tirar a atenção disso de nenhuma forma. Com demonstrações na área de jogo, na Vila Olímpica ou durante as cerimônias oficiais, a dignidade da competição estará destruída para todos os atletas", afirma o texto divulgado pelo COI.
A entidade afirma que os atletas que quebrarem a norma estarão sujeitos a medidas disciplinares, embora não esteja claro quais poderão ser.
A intenção do COI é evitar repetição de protestos que aconteceram em eventos esportivos recentes. Dois atletas americanos foram advertidos pelo comitê olímpico do país por incidentes nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. O esgrimista Rance Imboden se ajoelhou durante a execução do hino e a arremessadora de martelo Gwen Berry ergueu o punho em protesto.
Também em 2019 nadadores da Austrália e Reino Unido se recusaram a subir ao pódio do Mundial de Natação com o chinês Sun Yang, acusado de estar envolvido em episódios de doping.
Em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio, o etíope Feyssa Lilesa, medalhista de prata na maratona, cruzou a linha de chegada com os pulsos cerrados e erguidos em formato de X, sinal de apoio aos protestos por liberdade em uma região do seu país.